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sábado, 20 de março de 2010

DEIXEM-SE DE BLÁ... BLÁ E PASSEM À ACÇÃO

Abandonem esse terrível processo de tornar todas as escolas iguais, respeitem a diferenciação pedagógica e mandem para a Escola quem se acoita atrás de uma secretária a produzir papéis que não conduzem a nada.

Esta equipa responsável pelo sistema educativo na Madeira anda, claramente, aos papéis. São projectos disto e daquilo, enfim, nada de relevante que venha a determinar um sistema que garanta qualidade e excelência. Estou farto e cheio de assistir a tantos projectos inconsequentes. Este é mais um. Agora, leio, que a preocupação consiste no "levantamento das habilidades cognitivas e das estratégias de estudo dos alunos de 7º ano", visando melhorar, dizem, as competências dos professores na identificação e desenvolvimento das capacidades dos alunos. Nem mais!
Ora, o problema, senhores responsáveis políticos pela educação, não reside aí. Nem aí nem nesse extenso leque que deram conhecimento público através do jornal oficial (JM). O problema é outro, é descomplexificação do sistema, é de desburocratização, é de reinvenção do sistema educativo, é de organização geral e específica, é de autonomia dos estabelecimentos de educação e ensino, é de coragem para rever as questões curriculares e programáticas. O problema não está em encher a escola de coisas mas dela retirar muita coisa, sobretudo a tralha como já alguém sublinhou. E quando não há autonomia ou essa autonomia é claramente mitigada, diz o Professor Rui Trindade, docente universitário que, ainda esta semana tive a oportunidade de seguir em uma brilhante conferência, "é uma contradição esperar que os professores se possam assumir como profissionais reflexivos num ambiente de controlo institucional". Entre muitos o problema é esse.
A conclusão a que chego, com tantos projectos e tanto poder institucional no interior dos estabelecimentos de ensino, é que a Região está a tornar o sistema cada vez mais vulnerável pela existência de uma visão "taylorista" da educação, onde uns pensam e outros apenas executam. Isto é o pior que podem fazer ao sistema educativo. Libertem os professores, saiam da escola e apenas controlem globalmente o sistema. Deixem a escola e os professores, agirem com liberdade, de acordo com os seus projectos educativos, abandonem esse terrível processo de tornar todas as escolas iguais, respeitem a diferenciação pedagógica e mandem para a Escola quem se acoita atrás de uma secretária a produzir papéis que não conduzem a nada. Os resultados provam exactamente isso. Preocupem-se com a rede escolar, com o número de alunos por escola e por turma, valorizem a autoridade dos docentes e não se metam onde outros podem fazer com maior idoneidade e responsabilidade. Chega, desculpem os leitores, mas já "chateia" de tanta interferência sem qualquer significado!

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