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segunda-feira, 29 de março de 2010

A URGÊNCIA EM DEBATER A INTERFERÊNCIA DO GOVERNO REGIONAL NA COMUNICAÇÃO SOCIAL DA REGIÃO

Destaco, do Jornal "PÚBLICO" de hoje uma peça do Jornalista Tolentino Nóbrega que merece ser reflectida, do Minho ao Corvo e junto das Comunidades Madeirenses espalhadas pelo Mundo. Com a devida vénia ao PÚBLICO aqui fica o texto para reflexão dos meus leitores.
"O PSD rejeitou, na semana passada um debate de urgência na Assembleia Legislativa da Madeira sobre a liberdade de expressão e apoios à comunicação social na região, proposto pelo BE. E prepara-se para "chumbar" uma comissão de inquérito, que o PS vai requerer hoje, para avaliar a interferência do Governo Regional na comunicação social. Em causa estão as pressões e ameaças de Alberto João Jardim, confirmadas num inquérito inédito aos jornalistas madeirenses e consideradas mais graves que as que os sociais-democratas pretendem apurar em relação a José Sócrates em comissão de inquérito na AR.
"O "polvo" que estupora o panorama nacional dos media pode vir a proporcionar uma grande caldeirada. Porém, a verdade é que ainda não passa de um polvinho", escreveu Luís Calisto, director do Diário de Notícias madeirense. "E se Sócrates, mais do que querer, já tivesse comprado a TVI, alimentando-a com dinheiros públicos [cinco milhões por ano] e proibindo a estação de divulgar a opinião de políticos não PS, reservando toda a antena para quem obedece ao regime rosa, tal como Jardim faz aqui com o Jornal da Madeira, dispensando-se de guardanapo? Fizesse-o Sócrates e o país estaria hoje em situação de guerra civil", prossegue.
Ao PÚBLICO, Calisto, ex-director da RTP-M e Tribuna da Madeira, lança outras questões inquietantes: "Que aconteceria naquela Lisboa e arredores se Sócrates resolvesse governamentalizar o DN de lá até 99 por cento do capital, injectar-lhe uma fortuna diariamente, e depois, apesar do crescendo assustador do passivo, torná-lo gratuito e agravar ainda mais as despesas com o aumento da tiragem e alargamento desenfreado da distribuição, tudo com a ambição de fechar os que não domina? Como reagiriam CM e PÚBLICO, por exemplo, e quantos dias mais aguentaria Sócrates no poder? Pois é essa situação que existe na Madeira, sem tirar nem pôr, e bem à vista de todos".

Jardim e os insultos

E se, interroga ainda aquele experiente jornalista madeirense, "Sócrates fizesse como o sr. Jardim, que calunia, insulta e enxovalha diariamente os jornalistas com epítetos de corruptos, traidores, comunas, súcias, fascistas, tolos, incapazes, incultos, vingativos, desonestos, gente reles, mentes recalcadas, bastardos, exóticos, incumpridores de estatutos editoriais, ralé que não toma banho? E as jornalistas de vendidas, descompensadas, sovaqueiras".
O governante também já expulsou correspondentes da sede do PSD-M e proibiu a entrada de jornalistas no seu congresso, fez o Governo Regional pagar "publicidade que não existiu" em O Diabo, onde escreve, atribuiu sem concurso público meio milhão de euros a uma novela da TVI pela qual condecorou José Eduardo Moniz, proibiu a assinatura de jornais nacionais e instaurou dezenas de processos, tratou por "bastardos, para não chamar filhos da puta", os profissionais da informação.
Como têm lamentado outros jornalistas da região e respectivo sindicato quanto ao silêncio dos titulares de órgãos de soberania e das entidades reguladoras, o director do DN-M diz que "a ERC, Jaime Gama, Almeida Santos, Manuela Ferreira Leite, Paulo Rangel, PS e oposição nacional, todos têm conhecimento do estado da comunicação social insular", mas "vivem entretidos com o "polvinho" que brinca no Mar da Palha e no lago de Entrecampos". "Preferem fingir que ignoram o polvão de braços longos e viscosos que sufoca a liberdade de informar na Madeira" e "há 30 anos usa as medonhas ventosas para se alimentar a si próprio e a seus validos". O próprio Jardim mostrou-se escandalizado com a falta de respeito pela liberdade de expressão no continente, afirmando que "num país com tradição democrática como a Inglaterra, Sócrates já não era primeiro-ministro". Na Madeira, Jardim vai ao Parlamento para discutir o orçamento e recusa responder sobre as alegadas interferências nos media.

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