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sábado, 17 de abril de 2010

AO PONTO QUE CHEGARAM

A Região precisa de uma outra postura política para o desporto. Política que vai custar a muita gente, será dramática, mas essa rotura terá de acontecer em função de uma Região pobre, dependente, assimétrica e com graves problemas sociais, económicos e culturais de base por resolver.

Francamente, aqueles dirigentes que de boa-fé acreditaram no governo regional, agora, na hora do aperto financeiro, em consequência do "monstro" que o governo criou, pedem-lhes para irem à Banca, contratualizarem quase oito milhões em dívida ao BANIF, deixando aí as suas garantias pessoais e/ou patrimoniais, enquanto o problema não se resolve. Uma situação destas ultrapassou todas as marcas possíveis, orçamentais e de respeito pelas instituições e pelas pessoas que assumem responsabilidades associativas.
Desde logo, uma pergunta: será que esta situação deriva da Constituição da República? É óbvio que não. Resulta do facto da política desportiva regional estar completamente errada desde os seus primórdios, no final dos anos setenta. É a prova que eu tinha razão pelo que constitui a melhor resposta ao Senhor Deputado Jaime Lucas, do PSD, (ex-presidente do IDRAM) que, ainda recentemente, me disse, no Parlamento, que o "meu disco está riscado, pois há 30 anos que digo mesmo". Infelizmente, obrigado, Dr. Jaime Lucas, o tempo deu-me razão. Agora, amanhe-se com os que lhe irão sacar responsabilidades. Minhas não são, certamente.
Uma segunda pergunta: e porque não vai o Conselho Directivo do IDRAM à banca, aí deixando as tais garantias pessoais e patrimoniais? Um absurdo? Talvez não. É fácil gerar um "monstro", tentar retirar dividendos políticos da actividade do movimento associativo e, logo de seguida, sacudir as responsabilidades criadas e incentivadas.
A Região precisa de uma outra postura política para o desporto. Uma inversão completa na definição das prioridades, uma política que esteja ao serviço do desenvolvimento e não ao serviço de um partido. Política que vai custar a muita gente, será dramática, mas essa rotura terá de acontecer em função de uma Região pobre, dependente, assimétrica e com graves problemas sociais, económicos e culturais de base por resolver.
Perguntar-se-á, então, que solução? Está tudo no Projecto de Decreto Legislativo Regional que o PS-M apresentou, em 2007, e que foi chumbado pelo PSD.
Ilustração: Google Imagens.

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