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quinta-feira, 8 de abril de 2010

ENTIDADE INDEPENDENTE PARA A RECONSTRUÇÃO


Será que alguém tem medo que isto aconteça? Dos resultados de uma estratégia desta natureza? Será receio da perda de controlo? Será pelo desconforto das inaugurações ficarem diluídas por outros que não fazem parte do governo?

Há um estranho silêncio (será estranho?) sobre a criação da “Entidade Independente para a Reconstrução” proposta pelo grupo parlamentar do Partido Socialista. O que está por detrás desse estranho silêncio é perceptível mas leva-me, neste momento, a uma certa reserva. Não disponho de todos os dados e, por isso, necessário se torna algum cuidado na abordagem. Mas que há, lá isso há. Porque não se vê ninguém “pegar” no assunto e a querer debatê-lo. Parece ser coisa de somenos importância, quando, analisada a sua contextualização, verifica-se que a sua relevância é de enorme. Foi assim em tanto lado e face às mais variadas situações, de catástrofe ou, até, de reordenamento e revitalização de uma determinada zona geográfica. Por isso, pasmo quando vejo partidos e pessoas em geral a criticarem e a condenarem o desordenamento que paira na Região, a falta de regras, o despesismo, as desgarradas opções políticas e, quando se aborda uma questão tão delicada quanto aquela que resulta de 20 de Fevereiro, colocam dúvidas sobre a necessidade de criação daquela “Entidade”, enquanto estrutura capaz de transformar a tragédia em uma oportunidade de sucesso a variadíssimos níveis. Afinal, o que pretendem? Pretenderão que tudo fique na mesma?
Aliás, este governo regional, saído das eleições de 2007, está legitimado para cumprir o seu programa de governo. Obviamente que a tragédia de 20 de Fevereiro não faz parte do programa de governo. Daí que, para uma situação verdadeiramente excepcional, não fossem outras as razões, mais justificaria a criação dessa “Entidade” como a saída mais inteligente e plausível para a situação que daquela data resultou. Uma “Entidade” com representantes de vários sectores, marcadamente técnico-científica e com capacidade executiva e administrativa autónoma. Será que alguém tem medo que isto aconteça? Dos resultados de uma estratégia desta natureza? Será receio da perda de controlo? Será pelo desconforto das inaugurações ficarem diluídas por outros que não fazem parte do governo? E que negociações andarão por detrás da cortina?
Uma coisa é certa, andarei atento e denunciarei o jogo seja lá de quem for, na plena convicção que se nunca deixei não será agora que deixarei violarem a minha consciência. E fico por aqui, porque os próximos dias serão, certamente, muito clarificadores.

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