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sexta-feira, 7 de maio de 2010

HÁ GENTE POR AÍ MUITO ATENTA


O tecido social apresenta um quadro sintomatológico "gangrenoso", tal como em uma doença, por falta de irrigação sanguínea (dinheiro) e consequente falta de oxigénio (medidas políticas).


Há dias, cruzei-me com uma Senhora Professora do 1º Ciclo, hoje na condição de aposentada. Cumprimentei-a e logo de seguida surgiram as suas primeiras palavras de "agradecimento" por aquilo que o grupo parlamentar do PS-Madeira tem vindo a fazer em defesa do sistema educativo regional e, naturalmente, dos professores. A conversa decorreu por largos minutos, os suficientes para demonstrar que, apesar da idade, é uma pessoa atenta a tudo quanto está a acontecer no sector educativo. Foram momentos muito agradáveis, quando, recorrentemente, dou comigo a pensar se valerá a pena lutar. E são estes momentos que dão ânimo, sobretudo porque, ao contrário do que se possa imaginar, há por aí muita gente atenta.
Num ápice, como quem tem necessidade de desabafar, a conversa foi saltando de assunto em assunto, até que, inevitavelmente, foi bater ao comportamento político do presidente do governo. Disse-me, quase textualmente: "ele estava preso por um fiozinho de retrós e eis que S. Pedro lhe deitou mão em Fevereiro" (...) "e para mal de nós, vai continuar". Achei graça no fiozinho de retrós, a significar que estava sem margem para actuar e à beira do precipício político. Ao contrário da minha interlocutora, penso que 20 de Fevereiro não constituirá a sua salvação política. Os milhões que a responsabilidade da República remeterá para a Madeira, através da designada "Lei de Meios", constituem um penso rápido em uma ferida profunda e infectada a originar gangrena política. Os milhões têm destino, isto é, visam a recuperação do que a tragédia levou, porém, vai continuar o drama do desemprego, da pobreza em uma espiral que só uma radical mudança de orientação estratégica poderá esbater. E levará muitos anos. O tecido social apresenta um quadro sintomatológico "gangrenoso", tal como em uma doença, por falta de irrigação sanguínea (dinheiro) e consequente falta de oxigénio (medidas políticas). Eu diria que os milhões que aí vêm não são mais do que uma pomada que pode atenuar a comichão mas não dá para ir ao âmago e fazer sarar os dramas que por aí andam.
Cara Professora, nem sabe quanto gostei de falar consigo. É bom sentirmos que não estamos sós nesta luta por uma Escola melhor, isto é, por uma Escola de qualidade e de excelência que prepare os nossos jovens para um futuro de bem-estar para todos. Só que, Professora, eles não ouvem e quando falam é para ofender. Infelizmente.
Ilustração: Google Imagens.

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