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quinta-feira, 27 de maio de 2010

ISTO NÃO FICA POR AQUI



Total, no conjunto das duas edições e para o mesmo assunto: Presidente do Governo: 6' e 10". PS-M: 41"



Se os novos directores da RTP-Madeira pensam que intimidam, tirem o cavalinho da chuva. O processo RTP e todos os contornos absolutamente nebulosos, irá até ao fim. Dossier que se encontra na Entidade Reguladora da Comunicação Social, no Conselho de Administração da RTP e no Conselho de Opinião, também da RTP. Para além deste, subsiste, ainda, todo o restante quadro relacionado com a escandalosa perseguição do governo à comunicação social diária e não diária, concretamente, ao Diário de Notícias e grupo Liberal (Tribuna da Madeira e Cidade), aliás como tenho vindo a equacionar neste espaço.
Desde sempre e continuarei fiel a esse princípio, que defendo a equidade no relacionamento entre o poder político e a comunicação social. Equidade nos apoios, equidade na atribuição da publicidade institucional e total e irrepreensível respeito pelos critérios editoriais da responsabilidade das direcções e jornalistas. Coisa que, por aqui, o governo regional não respeita. Controla o Jornal da Madeira, controla as rádios locais, quer controlar o Diário de Notícias (mesmo que isso custe desemprego) e, na RTP, com a conivência da Administração em Lisboa, tem o canal aberto, eu diria escancarado, para a sua promoção e ataque a todos quem, legitimamente, se opõe.
Em um assunto de tamanha importância como é o da comunicação social, ontem e esta manhã, se dúvidas houvesse, elas ficaram clarificadas com o tratamento dado pela RTP à posição do CDS/PP na Assembleia da República (pedido de audição às direcções dos órgãos de comunicação social escrita (julgo que apenas a escrita), à posição assumida pelo Presidente do Governo Regional e à audiência solicitada pelo PS-M ao Conselho de Gerência do Diário de Notícias.
Ontem, no Jornal das 21:00, o Presidente do Governo falou sobre o assunto, durante, aproximadamente 2' e 16'' (por uma interrupção involuntária aos 9'' e durante 10'', chegados aos 59'' a peça foi, integralmente, repetida). O contraponto do PS-M foi de 41". Esta manhã, segui as notícias da RTP-Madeira. A peça com a posição do Presidente do Governo foi retransmitida três vezes com um tempo total de 3' e 54". A posição do PS-M foi retirada. Total, no conjunto das duas edições e para o mesmo assunto: Presidente do Governo: 6' e 10". PS-M: 41".
Ora, a leitura que faço desta situação é que o poder político está instalado dentro da RTP-Madeira. E esse poder político condiciona tudo, impõe regras, distorce o equilíbrio, rompe com a liberdade dos jornalistas, submete-os à lógica ditatorial do pensamento único. Ora, eu não discuto sobre a valorização dos assuntos, não discuto se este é mais importante que aquele. Essa é uma tarefa que deve ser gerida de dentro para fora, subordinada a critérios de rigor e interesse público. Mas há um aspecto que, enquanto cidadão, circunstancialmente, no desempenho de funções políticas, que devo exigir: a transparência dos actos. E esses não estão acautelados, aliás, como prova a disparidade dos tempos que acima descrevi. Dei-me a essa maçada, pela primeira vez na minha vida, simplesmente porque, em um assunto de relevante importância, foi escandaloso o que se passou e denunciador de um serviço que, sendo público, denunciou, claramente, ao lado de quem está.
Isto não fica por aqui, meus senhores.
NOTA:
Numa RTP-M condicionada na sua disponibilidade financeira, com sérias dificuldades (dizem) para responder aos seus próprios projectos e ao pagamento de horas extraordinárias dos seus trabalhadores, torna-se inacreditável que faça deslocar uma equipa a Bruxelas a acompanhar o Vice-Presidente do Governo que por lá anda. O que significa que a RTP-M parece ao serviço da promoção de um candidato. Isto, quando a RTP tem um correspondente por aquelas bandas que bem poderia desempenhar essa tarefa. Toda esta situação é demasiado evidente do controlo do governo sobre o serviço público de rádio e televisão.
Ilustração: Google Imagens.

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