Adsense

domingo, 18 de julho de 2010

INDEPENDÊNCIA... ONDE ESTÁ O PRESIDENTE DA REPÚBLICA?

Ele e alguns comentadores de serviço ainda não perceberam que não estão a derrubar Sócrates, estão antes a derrubar o País. Este governo esquizofrénico da Madeira, continua a sua saga de provocador, com uma atitude de fidalgo sem um cêntimo no bolso, mas arrogante. Entretém-se a falar da independência ao contrário de governar.

Preocupa-me a situação da Região Autónoma da Madeira. Assiste-se a uma "fuga para a frente", a um sistemático alijar de responsabilidades e, compaginado com este quadro, uma sensível angústia, consubstanciada em dois indicadores muito claros: por um lado, a perda da serenidade por parte do Secretário Regional do Plano e das Finanças, Dr. Ventura Garcês, em uníssono com o tom da comunicação do grupo parlamentar da maioria; por outro, o descaramento do Presidente do Governo com as infantis ameaças de independência da Madeira. Estes dois aspectos, entre muitos outros, dão a entender o sufoco em que o governo anda mergulhado. Sufoco financeiro, por acumulados erros estratégicos cometidos durante largos anos, sufoco político por ausência de ideias e de inovação e sufoco pela subordinação de uma política a um homem, que traçou um caminho há 36 anos e nele permanece insensível ao facto que o mundo mudou e aquilo que era, eventualmente, válido e aceitável há quase quatro décadas, hoje, não tem um mínimo de viabilidade.
É essa inflexibilidade, a que todos se vergam, embora com sérias críticas feitas em particular, que conduz o Presidente a assumir essa vergonhosa provocação da independência da Madeira, ao mesmo tempo que vocifera contra o Primeiro-Ministro, contra o Ministro Teixeira dos Santos e, de resto, contra todo o governo da República. No essencial, quer dinheiro fresco e nesta história dos dinheirinhos, todos sabemos, que se trata de um recurso escasso e que, na Europa e em Lisboa, há regras burocráticas a cumprir. Por isso, ele e alguns comentadores de serviço ainda não perceberam que não estão a derrubar Sócrates, estão, com as suas atitudes, a derrubar o País. Não perceberam que aquilo que se está a passar em Portugal é consequência de uma grave desestabilização internacional, onde são poucos os países que não estejam a sofrer as consequências dos erros externos. Já ninguém se lembra ou quer saber, que de um défice de 6,1%, Sócrates e este Ministro das Finanças, colocou-o em 2,6% (salvo erro). E que neste pressuposto e face à conjuntura, o que Portugal precisa, neste momento, não é de incendiários, mas de homens e de mulheres de valor, de serenidade, diálogo e de negociação na busca de soluções. A inteligência determina que sendo o problema tão complexo, o País não suportaria novas eleições decorrido que está o primeiro ano da Legislatura. E nada resolveria, estou certo disso.
Embora as circunstâncias sejam contextualmente diferentes, na Madeira, este governo, a um ano de terminar a Legislatura, exactamente ao contrário do Governo da República que lhe faltam ainda três, precisa de menos gritaria, menos ribalta, menos sentido ofensivo para fora e mais humildade, mais recato, mais inteligência, maior pendor negocial, capacidade para descer do pedestal e tomar consciência de uma realidade que só pode ser resolvida com criatividade e com mudanças de pensamento estratégico. Mas não, este governo esquizofrénico, continua a sua saga de provocador, com uma atitude de fidalgo sem um cêntimo no bolso, mas arrogante. Entretém-se a falar da independência ao contrário de governar. Coisa que, aliás, o Presidente da República, lamentavelmente, está a deixar passar ao lado, quando deveria chamá-lo, com urgência, a Belém, a fim de explicar-se sobre o significado das suas declarações. O Dr. Jardim é Conselheiro de Estado e, mandaria, ademais outras razões, que tivesse um mínimo de bom senso e de respeito pelo País a que pertence. Um conselho, se me é permitido: compre uma bússola!

Sem comentários: