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sexta-feira, 9 de julho de 2010

A INVERSÃO DAS PRIORIDADES


O cidadão que anda por aí aflito quer um governo gerador de confiança, que evidencie propostas que alimentem a esperança em dias melhores, um governo atento à realidade social e que demonstre capacidade propositiva para solucionar a montanha de graves problemas que a Madeira enfrenta.


Com mais de 15.000 desempregados, pobreza em crescendo, empresários em situação muito complexa, milhares a dependerem da Segurança Social, dívida pública assustadora, menos 51.000 turistas e 16,6 milhões de euros de receitas, enfim, com tanta prioridade e problemas por resolver, o governo recoloca na agenda política, a questão da transferência do património do Palácio de S. Lourenço e da Fortaleza do Pico. Isto só é possível a quem perdeu o sentido da responsabilidade governativa e o sentido da prioridade estrutural.
Só assim se entende que coloquem na agenda fait-divers que não adiantam nem atrasam relativamente ao momento difícil que a Região atravessa. O comum dos cidadãos quer lá saber a quem pertence a administração do Palácio ou da Fortaleza. O cidadão que anda por aí aflito quer um governo gerador de confiança, que evidencie propostas que alimentem a esperança em dias melhores, um governo atento à realidade social e que demonstre capacidade propositiva para solucionar a montanha de graves problemas que a Madeira enfrenta. A agenda política terá de ser, necessariamente, outra. Tudo o resto é fumo!
E é essa agenda que qualquer cidadão não vislumbra nas preocupações do governo da Região Autónoma da Madeira. O que se constata é a permanente criação de "factos" artificiais, de palavreado recorrente que nada acrescenta, ontem a revisão Constitucional, hoje o Palácio, amanhã, uma outra coisa qualquer. O que interessa é distrair, é inventar, é oferecer aos cidadãos a imagem que o governo está a governar. Quando mergulhamos nos factos concretos, aí, descortinamos o logro, vemos que passam, como gato sobre brasas, ao lado da realidade, ao lado dos problemas que afligem os madeirenses e porto-santenses.
A população quer lá saber da revisão constitucional, meus senhores! E se isso fosse assim tão importante, tinham operacionalizado a revisão do Estatuto Político-Administrativo na sequência da Revisão de 2004 que trouxe uma mancheia de clarificações e de responsabilidades que aumentaram a capacidade autonómica. Não o fizeram, portanto, a insistência na revisão constitucional constitui uma treta. Aliás, do meu ponto de vista, essa revisão não está entre as cinco primeiras prioridades. Não ficaremos melhores e o desenvolvimento não passa por aí. O bem-estar da população e, naturalmente, o seu desenvolvimento sócio-cultural dependem de medidas concretas de governação que nada têm a ver com a revisão constitucional. O problema é que há gente que vai atrás desta treta, da invenção dos "casos" e das declarações que valem um rigoroso zero político. A História provará isso mesmo.

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