Adsense

sábado, 28 de agosto de 2010

CONTRA A CEGUEIRA, MARCHAR, MARCHAR...


"Anestesiado pelo obscurantismo, o povo vê o indestituível chefe das Angústias injuriar moinhos de vento acantonados em Lisboa, dispostos a destruir as ilhas. Quando a desgraça aperta a sério é que são elas: a incompetência do líder não vai além de pedir ao povo para rezar e ir à bruxa".


No mesmo dia que o Dr. Raimundo Quintal analisa, em entrevista, os problemas do seu sector, o Jornalista do DN, Luís Calisto, analisa de forma magistral o sistema. Pergunto: então alguém pode demitir-se de uma discussão muito séria em redor do drama com o qual estamos confrontamos em tantos sectores?
Aqui fica um excerto do seu notável e oportuno texto de opinião:

"(...) O irresponsável descaramento só vinga nas ilhotas graças ao estado emocional decrépito de um povo cansado de trinta e tantos anos de esperanças perdidas. Capitulação ante o obscurantismo feudal que o dono das Angústias foi rebuscar aos seus íntimos medievais para impor numa desgraçada terra que já padecera meio século de ditadura. O suserano déspota doa os feudos aos vassalos nobres que, no melhor entendimento com o clero e na velhaca exploração dos servos da gleba, agradecem ao dito suserano com vassalagem rastejante. Assim viceja o regime do delírio, aplaudido pelos caudatários do pato-bravismo à Madeira nova. A realidade virtual desenhada pelo dono da verdade. (...) O obscurantismo oficial conserva as consciências nas trevas da ignorância. Magister dixit, não se fala mais no assunto e quem falar desrespeita as vítimas. Respeitar as vítimas é como faz sua excelência: com mortos por enterrar e feridos graves no hospital, farra para baixo nas tascas do Areal. Entrevistas às 'Caras' deste inculto País, de um chefe refastelado na 'sua' casa de Verão do Porto Santo. Enquanto Roma arde, o imperador escreve crónicas da patuscada diária para o jornal que todos pagamos. Manda contar as presenças nos comícios dos outros partidos. Inaugura aterros e desaterros. Atribui o que chama de 'aproveitamento político porco' ao jornal que não se deixa intimidar pela sua bazófia atrabiliária ou pelos dizeres chocarreiros de uns quantos truões sem graça, assoldadados valentões de estrebaria que ululam no raio de audição do chefe, à cata das derradeiras migalhas do regime".
Ilustração: Google Imagens.

Sem comentários: