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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

APENAS UM DESABAFO


É evidente que perante situações políticas que cheiram tão mal, esse grito não é compaginável com a palavra "cócó". A palavra e a expressão que saem, perdoem-me o vernáculo, é "merda, que chatice!". Não se diz "cócó, que chatice!".

Uma coisa é o debate político, a saudável confrontação das ideias, a reivindicação e a luta pela diferença; outra, é a ofensa, a palavra acintosa, grotesca, malcriada, eu diria, porca. Defendo a primeira, abomino a segunda. Até porque sei, durante anos, o que alguns artistas da cena política local me fizeram e o que de mim disseram. A minha função profissional, a de professor, fez-me andar sempre com o apagador na algibeira e assim fui apagando a porcaria para que sobressaisse o melhor. Se assim não fizesse teria, diariamente, um inferno para gerir. Por isso, democraticamente, aceito a crítica e gosto de criticar em função dos meus posicionamentos, mas medindo as palavras, não vão elas mexer com a integridade dos opositores. Cada vez mais entendo assim e, por isso, quando leio a ofensa gratuita e sem nível, acredite o leitor que me mete nojo. A análise aos factos e a crítica pode ser feita, de forma frontal e, politicamente, contundente sem necessidade de arruaça. Perde quem por esse caminho entra.
A luta política muitas vezes torna-se enervante, eu sei, apetece dar um grito perante situações que vamos assistindo e vivendo, mas a responsabilidade deve obrigar a uma séria contenção nas palavras e nas atitudes. É evidente que perante situações políticas que cheiram tão mal, esse grito não é compaginável com a palavra "cócó". A palavra e a expressão que saem, perdoem-me o vernáculo, é "merda, que chatice!". Não se diz "cócó, que chatice!". Isto para dizer que há momentos que as palavras e as expressões vão mais longe do que o desejável, mas mesmo aí, tem de subsistir o cuidado de separar as atitudes de natureza política com as atitudes de ofensa pessoal gratuita. Infelizmente, tenho vindo a assistir a situações que não abonam nada em favor do prestígio de algumas pessoas que andam pela política. Ofensas no Parlamento, aquando do debate político, e ofensas no exterior que não ajudam a credibilizar o nobre acto de fazer política.
Não gosto, não alinho e na esfera das minhas competências tudo farei para que isso não se verifique.
Apenas um desabafo!
Ilustração: Google Imagens.

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