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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

INSEGURANÇA E FRAGILIDADE CONCEPTUAL


Bom para quem governa é o silêncio, é dizer que sim a tudo, é pensar pela cabeça dos outros, é não ouvir os clamores da sociedade, é vergar-se ou encolher os ombros no pressuposto que "o direito disto, é assim" e que nada há a fazer. É óbvio que nunca fui e não vou por aí!

Há uma tendência nos governantes desta Região para a vitimização e para estabelecer, intencionalmente, uma confusão entre relações de posicionamento político com questões de natureza pessoal. Como se fosse proibido ter opinião contrária à do governo, como se todos nós tivéssemos de pensar como os que foram eleitos ou nomeados, como se a diversidade de opinião fosse nociva ao desenvolvimento, como se o debate não fizesse parte da Democracia e como se os lugares políticos fossem eternos e indiscutíveis. Esta maneira vesga de ver o exercício da política, de se considerarem intocáveis, de uma clara, repito, vitimização quando são visados na sua acção e responsabilidade governativa, do meu ponto de vista, espelha duas coisas: primeiro, a insegurança, a fragilidade conceptual e concomitante fuga ao debate do que é essencial; segundo, uma evidente deficiência de interpretação do que é a humildade governativa que a Democracia e o respectivo debate político implicam.
Deduzo que, bom para quem governa é o silêncio, é dizer que sim a tudo, é pensar pela cabeça dos outros, é não ouvir os clamores da sociedade, é vergar-se ou encolher os ombros no pressuposto que "o direito disto, é assim" e que nada há a fazer. É óbvio que nunca fui e não vou por aí.
Respeito, totalmente, as pessoas enquanto tal, enfim, naquilo que elas são. Não faço aos outros aquilo que muitas vezes me fizeram ao longa da vida. Vivi essa aprendizagem, interiorizei e filtrei muita coisa. Mas, no campo político, na interpretação e acção dos políticos, não me vergo nem cedo. Assumo, responsavelmente, a análise e a crítica na mesma proporção que entendo que devo ser criticado pelas posições políticas que assumo. E o problema está aí, quando, intencionalmente, não entram pelo campo CIVILIZADO do debate, da argumentação e do contraditório, factores importantes do desenvolvimento de qualquer sector ou área de actividade, para entrarem nesse outro espaço menor da ofensa e do desvirtuamento ou, então, do posicionamento de vítima, ao jeito, coitado de mim que há tantos anos ando nisto, que tenho dado tudo e agora há para aí uns políticos a porem em causa o meu trabalho!
Tenho dificuldade em perceber esses comportamentos, quando não se discute o essencial, o programa, a matéria e o projecto estratégico, enveredando pelo caminho do nada. Tudo isto para sublinhar que há muito a fazer na Educação. Quando os políticos não conseguem perceber que precisam de ouvir e de reciclar as suas atitudes, pergunto, como chegar a todo o povo descondicionando-o e libertando-o para a grandeza dos valores da Democracia, que, naturalmente, implicam abertura, desprendimento, capacidade para dizer não a todos os atropelos e a quem permanentemente, tenta vender gato por lebre. Temos, de facto, um longo caminho de aprendizagem para fazer, libertador e de cultura. Continuarei apostado em trilhar esse caminho, custe ou que custar, juntando-me a todos os que desejam ver esta terra liberta da castração do pensamento.
Ilustração: Google Imagens.

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