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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

ESTATUTO DO IDOSO: O NÃO DEBATE


Os reclamados € 60,00 como complemento de pensão dos pensionistas ficou pelo caminho, as receitas não aviadas, idem, os lares e toda a protecção necessária ao idoso ficou para mais tarde, o problema dos transportes, logo se verá, enfim, tudo numa lógica bem desenhada pelo PSD e denunciada pelo Deputado Bernardo Martins: "do que este governo gosta é que todos olhem para cima, para que o governo os possa olhar de cima para baixo".


Continua, infelizmente,
o desrespeito pelos pobres.
Duas horas é quanto valeu o "debate" sobre o Estatuto do Idoso proposto pelo PCP. Uma temática de enorme importância completamente desvalorizada pela maioria PSD. Os magros tempos disponibilizados à oposição (16'/PS, 6' CDS e PCP, 3' BE/MPT/PND) contra 63' para o PSD, é evidente que não possibilitou e, em circunstância alguma, possibilitaria um verdadeiro e profundo debate sobre esta importante temática. Uma desvalorização intencional e esperada na esteira daquele que é o normal comportamento da maioria relativamente às questões sociais.
Que ninguém ali venha falar de fragilidades políticas e da imensa legião de pobres. Saltam a terreiro, com argumentos falaciosos, ficam crispados, possessos, como se os factos não falassem por si, como se não existissem milhares a passar mal, como se não existisse fome, aliás, assumida pelas várias instituições sobretudo ligadas à Igreja, como se não existissem centenas nos hospitais no quadro das designadas altas problemáticas, como se não fossem às centenas aqueles que deixam nas prateleiras das farmácias medicamentos prescritos e que tanta falta lhes fazem, como se não existissem centenas que não saem das suas residências, enfim, nada disto conta e tudo serve para a negação do debate que deveria buscar soluções para os dramas que por aí andam. Neste não debate tudo serviu para ocultar os problemas, para minimizá-los e reduzi-los a zero. É o que dá 63' destinados a uma maioria e uma redução substancial dos tempos aos partidos da oposição. 
A este propósito, ainda na última Conferência de Representantes dos Grupos Parlamentares, fez sentir a necessidade da disponibilização de um tempo mínimo aos partidos da oposição, capaz de possibiltar o debate, a pergunta e a resposta esclarecedora. Capaz de possibilitar o debate vivo. Nessa reunião defendi aquilo que me pareceu mais correcto, dizendo mais, que não me preocupava que o PSD dispusesse de 63' ou de duas horas (dispõe de 33 deputados), mas que, a partir de um determinado tempo o debate ficava, claramente, inviabilizado. Disse mais, que 3' para um partido, significava a impossibilidade de defesa de um ponto de vista e que isso deturpava o sentido do debate. A resposta, por parte do Senhor Deputado Jaime Ramos (PSD) veio célere e não vou aqui divulgá-la face às ofensas ditas.   
Uma síntese perfeita
relativamente à posição
do governo em matéria
de política do idoso
 Este pseudo-debate fez-se para que tudo continue na mesma. Os reclamados € 60,00 como complemento de pensão dos pensionistas ficou pelo caminho, as receitas não aviadas, idem, os lares e toda a protecção necessária ao idoso ficou para mais tarde, o problema dos transportes, logo se verá, enfim, tudo numa lógica bem desenhada pelo PSD e denunciada pelo Deputado Bernardo Martins: "do que este governo gosta é que todos olhem para cima, para que o governo os possa olhar de cima para baixo". Tudo isto na véspera do "Dia Mundial do Idoso" e da falta de respeito pelo Parlamento, por parte do Secretário Regional dos Assuntos Sociais, que deveria estar presente nesta sessão e apresentar medidas para esta área de intervenção social. Certamente, faltou, porque nada tem para dizer e para prometer à população idosa. 
Ilustração: Google Imagens.

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