Adsense

terça-feira, 19 de outubro de 2010

OS INSULTOS GRATUITOS


E as palavras são ditas, na presença do Senhor Presidente da Assembleia e dos Vice-Presidentes, com a total impotência destes para impedirem que estas situações aconteçam. Diz, ofende, passados uns minutos levanta-se e vai embora. Desrespeito, total, pela instituição e pelas pessoas.

Ser líder implica ser exemplo.
Ser líder implica respeito
por princípios
éticos e  por valores.
 Não suporto a má educação. Como já aqui disse, gosto do debate com entusiasmo, com alma, com ironia e com humor, também, mas não aceito a ofensa. Essa é uma arma própria dos fracos. Aceito, porque a Democracia é assim, a existência de uma maioria, mas não aceito que essa maioria espezinhe o adversário. Estou aqui a dizer isto, porque, esta manhã, um Deputado da maioria, presente na "Conferência de Líderes", foi, como infelizmente é sua marca no Parlamento, grosseiro, eu diria grotesco, para comigo. Estava em causa a evocação, em sessão plenária, do 25 de Novembro. E quando me foi dada a palavra, eu disse ao Presidente da Assembleia, de forma serena, que estaria disposto a considerar essa sessão plenária quando o PSD se mostrasse disponível para comemorar o 25 de Abril. Tenho, exactamente o mesmo direito de assim me posicionar, como alguém da maioria tem o direito de dizer que não aceita a comemoração da "revolução dos cravos". O meu posicionamento é que não pode ser considerado "ignorante" no meio de uma série de outras palavras tão ou mais gravosas. Lembrei-me, nesse momento, de uma mensagem que há tempos recebi que dizia mais ou menos isto: "Senhor dai-me serenidade, porque se me deres força parto-lhe o focinho". Confesso que me apeteceu. E as palavras são ditas, na presença do Senhor Presidente da Assembleia e dos Vice-Presidentes, com a total impotência destes para impedirem que estas situações aconteçam. Diz, ofende, passados uns minutos levanta-se e vai embora. Desrespeito, total, pela instituição e pelas pessoas.
É esta "hipótese de deputado" que faz parte de uma Assembleia que deveria ser a mais alta expressão do debate vigoroso, contundente, argumentativo, mas, simultaneamente, educado. Sem ofensas pessoais. E penso assim, porque sou incapaz de ofender seja lá quem for. Mas também não sou capaz de ficar parado perante a ofensa gratuita. Porque estou na primeira linha da bancada parlamentar, estou farto de ouvir palavras ofensivas da dignidade dos deputados da Oposição. Já por diversas vezes tive de pedir a defesa da honra de camaradas meus. A resposta, normalmente, vem a dobrar. É este Parlamento que o Povo vota na perspectiva da solução dos seus problemas que assim se comporta. O dito cujo que meta isto na cabeça: uma coisa é chumbarem as propostas da oposição, outra, é atentarem contra o respeito e a dignidade. Isso não, porque a paciência tem limites.
Ilustração: Google Imagens.

5 comentários:

Espaço do João disse...

Há pobre povo a que estás sujeito!!! Cego, surdo e mudo, que mais se quer? Enquanto certos energúmenos dizem tudo o que lhes vem à cabeça, o povo ainda não despertou para a realidade. A soberbia de alguns parlamentares na RAM já mereciam um belo castigo. Mas o povo é soberano, tem aquilo que quer. E ainda dizem que há má educação nas crianças? Com gentalha dessa, melhor seria deixar as cagarras governarem.

António Trancoso disse...

Caro André Escórcio
Perdoando a cacofonia, lá diz o Povo,com razão:

"Se queres ver o vilão,mete-lhe na mão o bastão!"

Se um líder é o espelho,então,ao caso,reflecte bem o padrão educacional da maioritária "superioridade" invocada.

Há um longo caminho a percorrer.

André Escórcio disse...

Obrigado pelos vossos comentários.
De facto, há coisas que se passam que apenas demonstram o nível a que chegámos. Assumem-se como donos desta terra, como novos colonos que tudo podem dizer e que a todos podem espezinhar. Comigo, estão enganados!

Vilhão Burro disse...

Senhor Professor
Eu tenho cá para mim que o senhor deve estar um bocadinho zangado comigo por,eu,num comentário anterior,ter aconselhado os meus compadres a votar no mesmo de sempre:o PPD (o das setinhas para o céu...)para que fosse esse PPD a depenar a "franga"(raquítica)que a gente tem de gramar por longos e infernais anos.
Que quer!?!A gente às vezes, de cabeça perdida,com as dificuldades a apertar,fica cega e só diz disparates.
Já estou cansado de avisar os meus compadres para que não se deixem levar na conversa da ladroagem,mas o que se passa,também, com o governo central(e não só) não ajuda nada aos meus sermões...
Eu sei que sou um Vilhão,mas vou ver se consigo mudar o meu sobrenome para não encaixar naquilo que as pessoas mais atentas dizem:
"Lavar a cabeça a burros é perder tempo,água e sabão."
O meu medo é que,de repente, a vilhoada tome consciência do logro em que tem embarcado,e...desate à foiçada a torto e a direito,pagando os justos pelos pecadores(que,nessa altura,já se puseram a léguas com as recheadas bagagens...).
Como Homem sério e tolerante que demonstra ser, espero que perdoe os meus desabafos,assim como,também acho,que não deve oferecer a outra face à canalha que tomou de assalto esta nossa Terra.
Peço-lhe que aceite os meus angustiados cumprimentos.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Eu zangado? Perante a sua sapiência popular, só tenho pena que os compadres não o ouçam. Tomara que eles o escutassem. O problema é a maioria, 36 anos depois, não ter "atremado" com o que o meu Caro há tantos anos diz. Disseram para aí que iriam exportar inteligência, mas a verdade é que poucos têm internet e ler e perceber não é uma coisa que lhes agrade. Nem a eles nem ao chefe das angústias!