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sábado, 23 de outubro de 2010

POBRE "MODELO" DESPORTIVO!


O que a Deputada afirmou não constitui novidade. Preocupantes, aí sim, são as declarações do Secretário da Educação, claramente em desespero, a falar dos apoios ao futebol profissional, de impostos, do retorno fiscal, como se o desenvolvimento do desporto se quedasse por aí. Que visão tão curta!

Com que então... o modelo evoluiu e garantiu a poupança de 20% nos encargos. Falso. Não evoluiu. Redundou num fracasso. Basta olhar para a Escola que não educa para uma prática desportiva para a vida; basta olhar para o orçamento do Gabinete do Desporto Escolar, de duzentos e tal mil euros, comparados com os milhões destinados ao sector federado; basta olhar para o facto da demografia federada apresentar 16 mil praticantes e o sector educativo escolar, apenas com 4 mil praticantes (sem regularidade); basta olhar para este paradoxo, onde deveria existir muitos praticantes (escola) apresentamos quatro vezes menos relativamente ao sector que deveria ter poucos (federado é "sinónimo" de qualidade); basta olhar para a desproporcionalidade, no sector federado, entre géneros, com 72,9% de masculinos e 27,1% de femininos; basta olhar para a louca existência de 55 modalidades, 180 clubes e 25 associações numa Região de 253.000 habitantes; basta olhar para o estudo europeu (esse é que conta, porque afere, através de um protocolo igual, toda a prática física e desportiva na União Europeia) e verificar que temos 23% de taxa de participação desportiva; basta olhar para o facto de precisarmos de mais de 200 praticantes continentais e estrangeiros, distribuídos por vinte clubes, para a nossa representação nacional e internacional; e basta ter em consideração as declarações do ex-presidente do IDRAM, hoje Deputado Jaime Lucas (PSD), relativamente ao que ainda esta semana sublinhou a Drª Rafaela Fernandes, a sua colega de partido e de bancada parlamentar: "(...) Atendendo à situação de crise financeira que exige redefinição de prioridades (...) a "mania" de todos quererem um espaço próprio com todos os custos daí decorrentes - a expensas do erário público - tem de acabar." (...) há que "ignorar os sonhos megalómanos dos ditos clubes grandes, seja em que modalidade fôr (...) e ignorar as "exigências bairristas" entre freguesias e entre concelhos".
Das duas, uma: ou a Senhora Deputada tem um sermão de encomenda, alinhado com o governo (aflito) ou o Deputado Jaime Lucas tem os dias contados na Assembleia. São dois discursos antagónicos. Mas seja como for, há quantos anos, mais ou menos trinta, que escrevo sobre este sector, perante a negação absoluta do PSD?
O que a Deputada afirmou não constitui novidade. Preocupantes, aí sim, são as declarações do Secretário da Educação, claramente em desespero, a falar dos apoios ao futebol profissional, de impostos, do retorno fiscal, como se o desenvolvimento do desporto se quedasse por aí. Que visão tão curta!
Ilustração: Google Imagens.

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