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terça-feira, 2 de novembro de 2010

ATACAR À DISTÂNCIA É PRÓPRIO DE QUEM NÃO ESTÁ DE BOA FÉ


Com aquele ar de intimidação, de "zandinga" da política, de paizinho do Povo, de pastor que olha pelo seu rebanho, de homem providencial, o ainda presidente continua a ver a Madeira a arder, mas toca a sua música e canta o refrão cada vez mais alto.


Ontem, mais uma sessão de
lavagem ao cérebro!
Diz o DN que foram 25' a atacar a Oposição de esquerda na Madeira. Paleio, palavras mil e uma vezes repetidas e um zero, um absoluto zero, de como governar num tempo de vacas magras. Na "festa da castanha", metaforicamente, eu diria que está a pedir uma no próximo acto eleitoral. Já não há pachorra para tanta desresponsabilização e para tanta manipulação das consciências. Em cima do palco é, de facto, "o verdadeiro artista" na esteira de um sketch de Herman José. Vi-o, ontem, através da televisão, com aquele dedo indicador que avisa e repreende. Com aquele ar de intimidação, de "zandinga" da política, de paizinho do Povo, de pastor que olha pelo seu rebanho, de homem providencial, o ainda presidente continua a ver a Madeira a arder, mas toca a sua música e canta o refrão cada vez mais alto. Olho para aquele espectáculo deprimente e politicamente irresponsável e questiono-me, como é possível, em função de um quadro de tragédia para a Madeira, haver Povo que se deixa enlear na droga da palavra, da espetada, do vinho seco e, naquele caso, da "castanha" em cima dele (Povo), sem dó nem piedade. Escrevo em termos abstractos, obviamente, porque há, por aí, muita gente atenta. Ainda esta manhã recebi uma mensagem com o seguinte teor:
"Que pouca vergonha tem esse senhor! Foi para a estranja, sabendo que havia um Conselho de Estado, perde o avião que o havia de transportar, chega e profere um discurso tão inflamado (mais parecia uma incitação à "Flama"), pede o derrube do governo, pede a entrada do FMI e, não há maneira de ir dar uma volta até ás Desertas? O povo não tem olhos? Não vê a palhaçada do Padrinho? Que País é este? Ele quer o FMI para lhe dar o dinheiro que o Sócrates não tem? Vá pedir ao tio Banqueiro, ou ao Dias Loureiro. Onde estão as recuperações do 20 de Fevereiro? E o dinheiro para ajudar as famílias rurais? E para os Sousas do Minas Gerais? Abre os olhos povo!" (Espaço do João).   
É aqui e não em cima do palco
que o debate de realiza.
Ora, ao invés de aproveitar-se dos sucessivos comícios pagos com o dinheiro do Povo (é a festa da castanha, do pêro, da anona, da banana, da cebola, do limão, da cereja, do "gado", enfim, entre tantas), deveria era descer do palco e deslocar-se à Assembleia Legislativa da Madeira e confrontar os seus posicionamentos, os seus argumentos políticos, com os da Oposição. Confrontar, por exemplo, com tudo o que é hoje dito nas páginas 14 e 15 do DN, subordinado ao título "Orçamento Sombra rompe com o jardinismo". Ali é que é o espaço do debate político onde deve apresentar-se, segundo um Regimento que possibilite o ponto/contraponto, onde as traves-mestras do Orçamento Regional sejam escalpelizadas de fio a pavio. Não é em cima do palco, a solo, mas ali, frente àqueles de quem politicamente depende. Um presidente com argumentos consistentes não ataca à distância, não joga para outros responsabilidades próprias, não fala de cima da carroça, antes enfrenta, assume, debate e argumenta, competindo, depois, à comunicação social levar o saldo desse confronto político. Não há debate quando apenas fala, a solo e sem limitação de tempo. Fugir ao debate, olhos nos olhos, é próprio de pessoas sem argumentos e que, politicamente, não estão de boa fé.
Ilustração: Google Imagens.

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