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domingo, 28 de novembro de 2010

CUMPRIR O PROGRAMA DE 2004/2011


O problema é que o Governo não tem esse engenho, essa capacidade para perceber que ao olhar apenas para o acto eleitoral, está a prejudicar a população, está a prejudicar a criação de emprego, está a prejudicar as famílias, está a acelerar cada vez mais o drama da pobreza. É por isso que este Plano e Orçamento estão errados de raíz.

A inversão das prioridades
em função de recursos escassos.
"O orçamento tem um pressuposto principal que é o cumprimento das promessas eleitorais. Estamos no último ano da actual legislatura e compete ao Governo fazer o que prometeu". Esta posição do Senhor Deputado Dr. Jaime Filipe Ramos, do PSD, não pode ter a minha concordância. É lógico que, por uma questão de princípio, os governos devem cumprir o que prometem. Se assim não for, podemos estar a falar de fraude eleitoral no domínio das opções dos eleitores em função dos programas apresentados.
O problema, porém, em função do quadro económico e social, não reside aí. A gravidade da situação regional é tal que obriga a opções muito claras na distribuição dos recursos financeiros que, como se sabe, são sempre escassos. Por isso, seria do mais elementar bom senso político, o não cumprimento da obra dita física, dedicando esse recurso escasso àquilo que é prioritário. E o prioritário, não é um campo de golfe, mais uma piscina, mais um pavilhão, mais um acesso qualquer, apenas para que o governo possa dizer que cumpriu o seu programa. Aliás, programa este que nem é de 2007/2011, mas sim de 2004/2011. Em 2007, recordar-se-ão os que me lêem, que o PSD não apresentou programa. Foi dito, claramente, que devido à Lei das Finanças Regionais (que embuste que foi esta história, apenas para provocar eleições!), o governo sentiu a necessidade de provocar eleições antecipadas para beneficiar de um novo ciclo (2007/2011) onde pudesse cumprir o seu programa apresentado em 2004. O PSD o que quer cumprir é uma promessa para quatro anos diluída por oito anos.
Mas mesmo sendo esta a realidade factual à luz da história e dos documentos, e sendo a situação da Região particularmente grave, parece-me óbvio que as grandes opções do Plano e Orçamento deveriam ter uma outra matriz. O problema é que o Governo não tem esse engenho, essa capacidade para perceber que ao olhar apenas para o acto eleitoral, está a prejudicar a população, está a prejudicar a criação de emprego, está a prejudicar as famílias, está a acelerar cada vez mais o drama da pobreza. É por isso que este Plano e Orçamento estão errados de raíz. A filosofia sobre o qual assentam os seus princípios orientadores, visando o "cumprimento das promessas eleitorais", obviamente que desviam os recursos financeiros para aquilo que convém do ponto de vista partidário, mas não certamente à maioria do Povo que está a passar mal. Há, aqui, uma inversão de prioridades que o Povo não tem capacidade para se aperceber. Mas, o Senhor Deputado Dr. Jaime Filipe Ramos, sabe, ora se sabe!
Ilustração: Google Imagens.

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