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terça-feira, 2 de novembro de 2010

PORQUE HOJE É DIA DE FINADOS


A expressão é do ainda presidente que, nesse artigo, termina, dizendo, que "(...) por muito armadilhado que esteja um sistema político, a partir de certo momento de degradação as rupturas são inevitáveis. E são tanto mais inevitáveis, quanto mais o sistema estiver rígida, estática e esclerosadamente armadilhado, e o Povo perceber que é enganado". Exacto. Absolutamente de acordo com a esclerose política que por aqui anda. 

Aproxima-se o Natal.
Ofereçam uma bússola
ao ainda Presidente do Governo

O ainda presidente do governo regional da Madeira escreve hoje um artigo no JM que, para além de ser mais do mesmo, toca em dois aspectos que me despertaram atenção. Desde logo: "(...) Não foi por acaso que o Sistema (...) instalou a mediocratização e a massificação ôca no sistema educativo, bem como instalou limites rígidos de opinião na comunicação social, aqui estabelecendo quase como que um «pensamento único» em termos de Valores e anulando qualquer contraditório forte quanto à estrutura constitucional do País". E mais para diante, referindo-se ao Povo: "desde logo percebeu que um Povo mal preparado e mal informado, é muito mais fácil de manipular através dos potentíssimos meios de propaganda de que dispõe".
Ora bem, isto é o que se chama fazer o foguete, lançá-lo e ir a correr para apanhar a cana. Vamos por partes. O que é essa história da "massificação ôca no sistema educativo"? Para já, fala em "massificação" e eu percebo onde quer chegar. Se o seu significado, porventura mais genuíno, transmite a ideia de popularizar uma certa actividade por forma a que ela seja mais abragente a todos os níveis sociais, então, dir-se-á que o ainda presidente não deseja que o sistema educativo, inclusivo, universal e de qualidade chegue a todos. Percebo a sua intenção. E percebo, porque, logo a seguir oferece a resposta, quando sublinha que "um Povo mal preparado e mal informado, é muito mais fácil de manipular". É caso para dizer que sabe a lição de cor. Basta olhar para os 36 anos de sistema educativo regional e perceber o genérico estado em que nos encontramos, no conhecimento, nos resultados académicos, na posição que as nossas escolas apresentam no contexto das aprendizagens de final de ciclo, na cultura, na capacidade de pensar por si e de cruzar a informação disponível. Uma vez mais, o ainda presidente sabe, domina bem, o que anda a fazer. E, depois, com um desplante tal acaba por falar em "pensamento único".
Por isso, não é por mero lapso que a língua lhe solta para a verdade. Depois de três dezenas e meia de anos de governação, era absolutamente natural que hoje dispuséssemos de uma população mais disponível, mais liberta, mais actuante, mais viva do ponto de vista da cidadania. E não temos. O que é sensível é a existência de uma sociedade condicionada e com MEDO. E isto não é choradinho de quem se lhe opõe. É a realidade nua e crua que facilmente nos apercebemos nos contactos do dia-a-dia. O sistema, está, ora se está, "esclerosamente armadilhado". A expressão é do ainda presidente que, nesse artigo, termina, dizendo, que   "(...) por muito armadilhado que esteja um sistema político, a partir de certo momento de degradação as rupturas são inevitáveis. E são tanto mais inevitáveis, quanto mais o sistema estiver rígida, estática e esclerosadamente armadilhado, e o Povo perceber que é enganado". Exacto. Absolutamente de acordo com a esclerose política que por aqui anda. "Hoje, é Dia de Finados", lembra o ainda presidente.
Ilustração: Google Imagens. 

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