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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

PRESIDENCIAIS


É a sua política, o seu desejo de poder absoluto, a sua falta de sensibilidade pelas regras da Democracia, a sua crónica ausência de sentido de Estado, a sua apetência pelo poder a qualquer preço que favorece o surgimento de comportamentos e de combates políticos que, apesar de legítimos à luz da Constituição, não fazem qualquer sentido numa Democracia adulta...

Tudo tem uma causa!
É nessas que devemos
centrar as análises.

Desde que cumpra o que se encontra definido na Constituição da República Portuguesa, qualquer cidadão pode candidatar-se à chefia do Estado. Por aí, nada, rigorosamente nada, pode ser colocado em causa. A questão para mim não é essa. É outra bem diferente. Tem muito a ver com o miserável quadro político madeirense, o grau zero do exercício da política, a estrutura confrangedora em que tudo isto assenta e o sufoco derivado de um controlo absoluto da sociedade onde as próprias regras democráticas legitimam a ditadura do pensamento. Tudo está sob um rigoroso olhar atento, num permanente feed-back de onde, para onde e como se movimentam as peças, olhar que permite apertar eventuais parafusos que se vão soltando da velha e gasta máquina, sempre, mas sempre, cumprindo o manual de instruções ditado pela cabeça de um só homem. Não há nada que não lhe escape e quando qualquer situação resvala, lá vem a pitadinha do medo, a prateleira ou perseguição para os desalinhados. É tudo isto que gera a degradação do exercício da política e as margens, obviamente, sentindo-se perdidas a "velas e a remos", tendem a saltar para o terreiro do combate político, através do desenvolvimento de processos de escárnio, de ridicularização e de denúncia que, em circunstâncias normais, dificilmente aconteceriam. Há, portanto, processos que são consequência e nunca expressão de uma causa assente em um projecto sustentável e credível.
Há um culpado nesta história e esse é o líder do PSD-Madeira. É a sua política, o seu desejo de poder absoluto, a sua falta de sensibilidade pelas regras da Democracia, a sua crónica ausência de sentido de Estado, a sua apetência pelo poder a qualquer preço que favorece o surgimento de comportamentos e de combates políticos que, apesar de legítimos à luz da Constituição, não fazem qualquer sentido numa Democracia adulta, respeitadora de princípios e de valores. É ele que faz despoletar o sentimento de impotência e, por extensão, a revolta. É ele o "único importante" mas o único responsável pelos processos que se desviam da normalidade, da salutar vivência democrática, de uma adultez conseguida numa educação para o livre pensamento, a livre escolha dos paradigmas de desenvolvimento que melhor interessam ao todo colectivo. É ele o "único importante" mas o único responsável pela cristalização cultural, pelos constrangimentos, por uma sociedade acomodada, anestesiada e sem forças para dizer uma das palavras de maior significado e poder para o HOMEM, a palavra NÃO. Mas, isto, paga-se, a prazo, ou melhor, já estamos a pagar! 
Ilustração: Google Imagens.  

1 comentário:

André Escórcio disse...

Meu Caro João (Espaço do João), a seu pedido não publico a sua mensagem, mas tenho de lhe dizer que compreendo o seu desabafo. Há coisas que não batem certo, é verdade. Todavia, compreenderá, que entre os dois temos de escolher um que garanta (?) outro tipo de intervenção. Pelo menos em relação à Madeira. Mas, repito, se bem o compreendo!