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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

ESCONDER, NEGAR AS EVIDÊNCIAS E ELOGIAR AS POLÍTICAS DE GOVERNO!


Mais grave, ainda, quando os Deputados colocam as suas questões e obtêm, da parte dos Secretários, respostas em bloco, isto é, respostas em conjunto. Repito, chama-se a isto debate?. Debate (?) quando um Deputado não pode reformular as questões, enquanto a porta regimental fica escancarada para o governo embrulhar como quer e entende os assuntos polémicos? Foi assim com os Recursos Humanos, com os Assuntos Sociais, com a Educação e, durante a tarde, o filme continuará com o gato, leia-se, governo, a passar sobre os assuntos como se de brasas se tratasse.

Um  NÃO "debate"
Debate(?) qual debate! Ontem, foi o que foi e sobre esse aspecto dei a minha opinião num texto que aqui publiquei. Hoje, o “pseudodebate” ainda foi pior. Começou com o Secretário dos Recursos Humanos, em uma lengalenga há anos ouvida. Repetidamente, lá foi dizendo que estamos no melhor dos mundos, pois o desemprego (16.000) está controlado, não sendo nada de grave. Se há problemas foi Lisboa que os criou. O refrão de uma cantiga que já não é suportável escutar. De tão repetida já poucos toleram, sobretudo porque quando se atira para longe os problemas torna-se evidente que abrem o flanco da desconfiança. Nos assuntos sérios, concretamente, como gerar emprego e qual a sua relação com o paradigma económico, nada disso interessa. Importante é esconder, negar as evidências e elogiar as políticas de governo.
Depois, volto à interrogação, como é que os partidos com um Deputado podem dispor apenas de 45’’ para questionar cada secretário, como é aceitável ou razoável que o principal partido da oposição (PS) tenha que prescindir de dois sectores (Recursos Humanos e Administração Pública) para privilegiar os Assuntos Sociais e Saúde e a Educação, Cultura e Desporto (8’+8’), porque senão ficava confinado a distribuir escassos quatro minutos por cada sector da governação (4). Imagine-se a dificuldade em equacionar a Educação (421 milhões – 26%) e os Assuntos Sociais e Saúde (340 milhões – 21,1%), dois sectores vitais da governação, em apenas oito minutos!
Mais grave, ainda, quando os Deputados colocam as suas questões e obtêm, da parte dos Secretários, respostas em bloco, isto é, respostas em conjunto. Repito, chama-se a isto debate? Debate (?) quando um Deputado não pode reformular as questões, enquanto a porta regimental fica escancarada para o governo e a maioria embrulhar como quer e entende os assuntos polémicos? Foi assim com os Recursos Humanos, com os Assuntos Sociais, com a Educação e, durante a tarde, o filme continuará com o gato, leia-se, governo, a passar sobre os assuntos como se de brasas se tratasse.
Ora, este sistema constitui uma farsa, intencionalmente criado, para tentar abafar uma discussão que todos deveriam pretender séria, profunda e honesta. A questão da votação final é outra coisa. A confirmação deste Plano e Orçamento depende de quem tem maior peso eleitoral. Mas este é um outro e distinto campo. O que deduzo deste bloqueio, todos os anos repetido, é que o próprio governo e a respectiva maioria não tem argumentos suficientes para contrariar os da oposição. Ilustração: Google Imagens.                                              

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