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sábado, 11 de dezembro de 2010

O APAGÃO INTELECTUAL


"O povo sabe: ao contrário do que diz o chefe, a desgraça insular não vem de Lisboa. A falaz autonomia social-democrata é a autonomia para o Jardim mandar em tudo. As gerações futuras em nada beneficiarão da 'obra feita', vão é receber escombros e pagar dívidas. O povo sabe: ao contrário do discurso oficial, a Região nada tem para rendibilizar, porque o dinheiro é usado na presunção de que "com milhões faço inaugurações, com inaugurações ganho eleições".

Acabo de ler mais um excelente artigo de opinião do Jornalista Luís Calisto. O texto, que pode ser lido aqui, inicia-se assim:

"Quando há 30 anos a luz eléctrica desatou a coriscar em lares e veredas, o regime novo e benfeitor aproveitou para desligar a inteligência colectiva. Mas ninguém previa tão longa vida ao apagão intelectual. À época, o povo ainda pasmava: 36 anos de Salazar? Pois hoje desenha-se a queda do recorde salazarista, franquista e estalinista. Escuridão geral. Excepto quando 'rei sol' expande pensamentos".

Voa muito baixinho!!!
Esta é a mais feliz síntese que li a propósito da Madeira. Esta a síntese, incontornável e verdadeira, que acerta exactamente naquilo que aqui se passa.
Há, de facto, um apagão intelectual. Uns, apesar de uma formação de qualidade, encolhem-se, por motivos óbvios, outros, porque foram "condenados", não digo às trevas, mas a uma incapacidade para ler os acontecimentos, cruzá-los e afirmarem-se de corpo inteiro. Aqueles, fazem-me lembrar a história do menino cujo pai era da KGB. Quando a professora pediu um exemplo de um réptil, respondeu: a águia. Meia enfurecida ou desapontada, terá exclamado: a águia? Quem lhe disse isso? O meu pai, respondeu a criança. E o seu pai o que faz na vida? É investigador na KGB. Respondeu a professora: bom, obviamente que voa mas muito baixinho!
São os acomodados, os que olham para a situação, criticam-na, embora olhando para todos os lados não vá alguém estar a ouvir, mas acabam por comungar do sistema, dos seus princípios e valores. Voam baixinho, assobiam para o lado, e de tanto violarem a consciência já não pressentem a violação. É um canal aberto, tipo túnel na cabeça.
Mas, pior que esses, é o Povo. Se aqueles são algumas centenas, o Povo mais humilde conta-se por milhares. Levaram-lhe a água, a energia e o carrinho à porta de casa, mas desligaram a inteligência. E sem essa, tudo se torna mais fácil no acto de dizer quem quer para governar.  Mas também pressinto que alguma coisa está a mudar. Os diálogos que mantenho e a leitura que faço através de muitos indicadores, levam-me a acreditar que o interruptor da consciência colectiva pode ser accionado. E aí ao "único importante" só lhe restará sair e catalogar o povo de "ingrato". Que assim seja. A maioria não se importará que lhe oponha esse carimbo que eu considero da libertação.
Ilustração: Google Imagens.

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