Adsense

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

PARA BONS ENTENDEDORES


Em pleno tempo espiritual e após a inauguração de uma capela, porventura um espaço para o recolhimento e expiação de pecados, a bênção não produziu efeitos, pois mesmo com a boca cheia de areia, as palavras soltaram-se para a agressão e para a mentira. Mas tudo bem, se assim agiu é porque o discurso político está a ter algum efeito.

Mais um golo na própria baliza.
A trupe continua a esbracejar e, em altos decibéis a ofender. Hoje, na rádio pública, foi a vez de um sujeito voltar à carga, quase aos mesmos argumentos de um outro. As baterias foram apontadas à minha pessoa e ao Dr. Carlos Pereira, Deputado do Partido Socialista. Ofensas gratuitas que serão resolvidas no sítio próprio. Obviamente. Da minha parte nem uma palavra sobre o que foi adiantado. O que noto é a existência, articulada ou não, de um complô ou de uma banda desafinada, mas que toca, faz ruído estridente, infelizmente porque, nesta nossa terra, coloca-se o microfone junto da boca de um qualquer. Dir-me-ão que é a bola! Bom, é a bola mal tratada, a bola do pontapé para a frente, talvez porque o treinador assim mande. É capaz de ser assim. Mas quem assim procede está também enganado, pois a difamação seguirá o seu curso normal.
O que noto é que, ainda a procissão não saiu para o adro e já existe muita gente nervosa. Até em pleno Natal onde era suposto uma certa acalmia, alguma paz e tranquilidade. Que a agressividade só viria depois do "empanturranço" das carnes e da doçaria, através de difíceis digestões. Mas não, em pleno tempo espiritual e após a inauguração de uma capela, porventura um espaço para o recolhimento e expiação de pecados, a bênção não produziu efeitos, pois mesmo com a boca cheia de areia, as palavras soltaram-se para a agressão e para a mentira. Mas tudo bem, se assim agiu é porque o discurso político está a ter algum efeito. No conjunto da orquestra eu diria que estão a se sentir incomodados. Ou então, estas historietas visam desviar a atenção do que é essencial na governação. Montaram as cenas do filme em redor de algumas personagens e enquanto delas se falar, obviamente, que não se falará do desemprego, da pobreza, da falência das empresas, do sistema de saúde, dos problemas da educação, dos clubes com dívidas até ao céu da boca, enfim, eu diria que tudo tende a passar para segundo plano. Esta também é uma hipótese.
Uma coisa é certa, vão ter de pedalar e muito, de afiar a garganta, pois nem eu como outros não nos desviaremos um milímetro do rumo traçado. Enquanto houver 30% de pobres, 16.000 desempregados e empresários com a corda ao pescoço, vão ter de ouvir que há uma absoluta necessidade de cumprir os princípios do desenvolvimento. Da minha parte, tais pessoas não ouvirão uma comentário depreciativo às suas personalidades. Simplesmente porque a política faz-se com argumentos. Quem ofende é porque não tem argumentos.
Ilustração: Google Imagens. 

Sem comentários: