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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

PLANO E ORÇAMENTO REGIONAL PARA 2011 - ENCONTRO COM A ACIF


Estamos perante um orçamento austero para as famílias  e de um orçamento recessivo para as empresas.



Acabo de seguir uma entrevista a dois comentadores residentes da RTP-Madeira que falam sobre "Economia". Comentários sobre assuntos de política corrente, eu diria, à medida dos interesses do Governo Regional da Madeira. Percebi ali uma compaginação do tipo, se um diz mata, o outro diz esfola. O pior, são os lugares comuns, do tipo "timex" (que não adiantam nem atrasam) até porque as linhas de pensamento são iguais. Não existiu nem podia existir um necessário contraponto relativamente aos temas abordados. Bastaria um comentador e o trabalhinho estaria feito. Mas o que mais me tocou foi o comentário sobre os Açores e a medida AUTONÓMICA de compensar as medidas de austeridade. Esqueceram-se que a Madeira já atribui 2% de subsídio de insularidade e que a Madeira, relativamente aos funcionários públicos do Porto Santo, concede-lhes mais 30%. A medida açoriana nem constitui novidade. E esqueceram-se que não levantou qualquer alarido o facto dos açorianos atribuirem um complemento de pensão aos idosos, um complemento ao abono de família, um complemento para despesas de farmácia e até todos os funcionários públicos viram o tempo de serviço congelado (28 meses) contado para efeitos de reposicionamento nas diversas carreiras. Esqueceram-se que as medidas de alcance social, neste momento, são mais importantes do que gastar em estádios, marinas e outras infra-estruturas que não matam a fome. Elas até ajudam a mobilizar a economia, por via de algum poder de compra. 
Tenho dificuldade em perceber certos posicionamentos provenientes de ilhéus, porventura conhecedores da realidade insulana, até porque, pergunto, onde fica a AUTONOMIA em todo este processo? E será que a insularidade, onde tudo é muito mais caro, não merece medidas estabilizadoras? Ou será que ao governo regional estas medidas de austeridade interessam? Há coisas fantásticas, não há?

5 comentários:

Benificiário Ilhéu disse...

O problema é que o financiamento da República aos Açores é para compensar desvantagens da insularidade e não para criar vantagens sobre os outros portugueses...
É isso que Carlos César e o PS Madeira fingem não entender. É lícito usar esse dinheiro para atenuar desvantagens mas não para criar vantagens...
Entendido?
Tudo o resto são "peannuts" e chicana política pré-eleitoral...

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Confesso que tenho dificuldade em percebê-lo. Exactamente porque é uma Região mais pobre, torna-se evidente a necessidade de esbater as desvantagens de quem é insulano. Ou não será assim? Eu não quero regressar ao tempo da Junta Geral, meu Caro!

Pica-Miolos II disse...

Senhor Professor
Meta mais cem no seu mealheiro.

Benificiário Ilhéu disse...

Como tem dificuldade?
dahh..
Recuperar atrasos é diferente de ganhar vantagem...
Dou um exemplo simples, para explicar:
Se o nível de vida é 2% mais caro devido à insularidade é lícito um acréscimo salarial de 2%. Se a nível nacional se baixa de 100 para 95 pelas razões que sabemos, nas ilhas, baixariam TODOS de 102 para 97.
Este é o procedimento correcto.
Agora, como César fez, usar o dinheiro dado para aqueles efeitos (compensar os 2%) ser usado para manter os insulares nos 102... errado.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário (Benificiário)
Leia, por favor, as opções do governo dos Açores que hoje publiquei.
E estas medidas são de protecção social. Depois falarei das medidas para as empresas que geram postos de trabalho.