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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

VENHA PARA CÁ VIVER E VERÁ COMO ISTO FUNCIONA!


Relativamente aos Açores, mostra-se uma espécie de "Vulcão dos Capelinhos" sempre que a Autonomia é posta ao serviço dos cidadãos.

Não é o Presidente
de todos os Portugueses
Regresso ao Senhor Presidente da República e à sua posição sobre a decisão do Governo Regional dos Açores. Não vou aqui repetir o que, ainda há dias, desenvolvi relativamente ao facto do governo ter decidido compensar os funcionários públicos açorianos face às medidas de austeridade. Vou fazer uma abordagem complementar que talvez ajude a compreender as posições do Professor Cavaco Silva.
A noção que faço do mais alto Magistrado da Nação é que não vê com bons olhos as autonomias. Tenho presente quando interrompeu as férias para entrar em directo nas televisões, condenando a aprovação do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores, tenho presente o facto de na sua visita oficial à Madeira não ter incluído uma sessão na Assembleia Legislativa da Madeira e tenho presente várias iniciativas da Oposição madeirense no que concerne ao que por aqui se passa, de violação clara da Democracia e nunca ter aberto a boca para posicionar-se. Por medo ou, então, porque sabe que aqui há uma maioria social-democrata (do seu partido) que lhe pode dar jeito na sua reeleição. A verdade é que nunca se importou, nunca chamou à atenção o Presidente do Governo Regional da Madeira, nunca enviou uma mensagem à Assembleia Legislativa da Madeira e nunca se soube nada pelo facto de um seu Conselheiro de Estado (Dr. Jardim) ter faltado às reuniões por si marcadas e por todas as declarações feitas. Mas em relação aos Açores, o Professor Cavaco Silva é rápido a posicionar-se, como diz o Presidente do Governo Regional dos Açores, em atirar 10 milhões de portugueses contra 250 mil portugueses-açorianos. É curioso. Parece (ou tenho a certeza) que para o ainda Presidente da República tudo vale, apesar daquele ar fleumático. 
Para a Madeira só lhe ouço palavras de circunstância e de cordialidade nos jantares, os acenos de simpatia, os louvores ao Presidente do Governo Regional (não estive presente, mas li o que o Presidente afirmou naquele jantar de boas-vindas na Assembleia da Madeira) e, relativamente aos Açores, mostrar-se uma espécie de "Vulcão dos Capelinhos" sempre que a Autonomia é posta ao serviço dos cidadãos. Não se lhe ouviu uma palavra pelo facto do "salário mínimo açoriano" ser superior ao do restante espaço nacional, não se lhe ouviu uma palavra para a inclusão, no Orçamento Regional (2010) de 24 milhões destinados à solidariedade, para o facto da dívida açoriana ser de 300 milhões e a da Madeira ser de seis mil milhões, do IRS ser mais vantajoso para os açorianos ou, a um outro nível, para a disparidade de comportamento democrático entre os dois parlamentos. Só que agora aproximam-se eleições...
É, por isto e por muito mais que nunca o vi nem o vejo como Presidente de todos os portugueses. De resto, está a chegar a hora de definir-se, claramente, sem subterfúgios, no que concerne ao seu posicionamento face às Autonomias. Se é a favor ou contra. Se considera ou não legítimo e desejável que os insulanos, que têm uma vida agravada pela descontinuidade geográfica, devam ou não orientar-se por decisões políticas estabilizadoras que neutralizem as diferenças de quem vive um pouco melhor. Defina-se e lamente-se, quanto muito, pela Madeira não seguir tais exemplos em prejuízo do seu Povo e da igualdade em relação aos restantes portugueses.
NOTA:
Acabo de seguir um programa da RTP-N (Antena Aberta) sobre esta questão. Não ouviram um açoriano sobre esta matéria, mas, unilateralmente, dois jornalistas continentais. Até a própria jornalista (pivot) denunciou, claramente, de que lado estava ao não manter o necessário distanciamento. Esqueceram-se da Constituição da República (bem colocada pelo Dr. Miguel Fonseca), das competências da Assembleia Legislativa dos Açores, da Lei das Finanças Regionais e do que significa ser REGIÃO AUTÓNOMA. Um Deputado açoriano (PS), Francisco César, que entrou "em linha", quase não o deixavam falar...
Ilustração: Google Imagens.

6 comentários:

Vilhão Burro disse...

Senhor Professor
Nisto o senhor tem muita razão!
Ao fim deste ror de anos parece que levei uma traulitada na caximónia e estou chateado comigo mesmo por ter actuado em conformidade com o meu triste apelido!
Agora já me dá vómitos ver o Alberto João a querer fazer-se passar por um de nós com o seu paleio avilhoado.
Mas isso é só teatro,para enganar a gente,porque noutras instâncias,e quando lhe convém, até parece ser culto e bem-educado...
Numa coisa ele teve e tem razão quando trata o seu presidente por Sr. Silva e este ainda lhe dá "beijos e abraços"...
Cá se fosse comigo,que sou vilhão,mas tenho vergonha na cara,nunca mais olhava para ele!
Eu cá não uso a roupa de estilo,ando de horário ou à pata e como(de boca fechada) milho com cebola três vezes à semana, mas não me vendo por um prato de lentilhas.
Ah! Compadres,compadres...

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
É muito complicado falar aos compadres!!!

Jota disse...

O escroque rui quinhentos alves foi longe demais. Consigo e com o seu atleta. É inconcebível que a RTP possa dar refúgio e voz a quem fala assim.
De imediato, todos os órgãos de comunicação social deveriam barrar totalmente a entrada de pessoas (escroques) desta laia.
O desespero do homem é evidente.
Sabe bem que tem os dias contados. Avança inclusive com a tentativa de aproximação ao arqui-inimigo Carlos Pereira. O que é sintomático.
Ataca os Barreiros pois sabe bem que, ao contrário do que acontece com a sua instalação na Serra, esta é viável, vendável e uma boa despesa. Que alia a necessidade do Governo fazer ali obras (é compromisso com os cedentes do espaço nos anos cinquenta) com a necessidade do Marítimo e com a possibilidade deste viabilizar comercialmente o espaço, reduzindo gastos públicos no futuro. Sendo do Governo isso não seria possível e eternizar-se-iam os custos públicos na manutenção.
Quanto ao rui escroque quinhentos alves (em letra minúscula) vendo tudo a se esboroar por entre os dedos – menos subsídios, estádio inutilizável, jogos que não se consegue terminar - entra no desespero total, revelando todo o seu fundo que é mau, de nascimento. Quem nasce em fugitivos não perde as suas origens. E acaba agindo e dizendo em conformidade.

André Escórcio disse...

Muito obrigado pela sua solidariedade (Jota). O assunto já está em análise.

Graza disse...

Nem todos aqui no continente compartilhamos a forma diferenciada como são tratados os Açores face á Madeira e ao Jardim. De mim, têm inteira solidariedade.

André Escórcio disse...

Muito obrigado pelo seu comentário.
A sua compreensão para quem vive numa ilha é flagrante. Não somos uns "coitadinhos", obviamente, mas creia que é muito complicado viver nas Regiões. Tudo é muito mais caro. No Continente há maior poder de escolha naquilo que é prioritário: habitação e alimentação. Ainda este fim-de-semana estive no Porto e senti isso. Fui ao LIDL e vi os preços comparados com outras superfícies. Este é um mero exemplo.
Por outro lado, quando se gasta, por aqui mais de 70 milhões em dois estádios e, por outro lado, não existe um complemento de pensão de € 50,00 para quem tem um pensão de miséria...
A Autonomia deve servir, também para estas pequenas-grandes coisas.
Uma vez mais obrigado.