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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

NEM RASCA NEM DESENRASCA!



Nem rasca nem desenrasca. A Escola não pode formar para o "desenrasca", mesmo que o significado ou a intenção dada pelo governante não tenha sido a interpretação que dei. A palavra não soa bem quando aplicada na Escola. Simplesmente porque, a Escola tem de formar para a qualidade e para a excelência, isto é, a Escola, entre um leque variado de objectivos, visa transformar as potencialidades em competências para a vida. Nunca para o "desenrasca".

Acabo de ouvir uma declaração do Senhor Vice-Presidente do Governo, no decorrer do Dia da Escola Jaime Moniz. Jogando com as palavras disse se alguém, há uns anos classificou a juventude de então de "geração rasca", tinha a certeza que as actuais seriam de "desenrasca", face às circunstâncias. Ora, eu daqui digo, nem rasca nem desenrasca. A Escola não pode formar para o "desenrasca", mesmo que o significado ou a intenção dada pelo governante não tenha sido a interpretação que dei. A palavra não soa bem quando aplicada na Escola. Simplesmente porque, a Escola tem de formar para a qualidade e para a excelência, isto é, a Escola, entre um leque variado de objectivos, visa transformar as potencialidades em competências para a vida. Nunca para o "desenrasca", mesmo que a intenção, repito, possa ser a de uma maior adaptabilidade das pessoas às circunstâncias impostas. Li, algures, e registei que "a teoria do desenrasca está para os portugueses como o mel está para a garganta de um qualquer mortal com rouquidão".
É evidente que não vou por aí.
Por isso, seria expectável que o Vice-Presidente do Governo fosse àquela centenária instituição falar do sistema educativo regional, dos currículos, dos programas, da (in)disciplina, da luta dos professores em diversos âmbitos, das dificuldades financeiras para que as instituições de educação possam satisfazer os encargos assumidos e não pagos, seria expectável que falasse das razões que sustentam a ausência de qualidade do ensino, falasse das carências sociais e dos reflexos dessas carências no plano do processo ensino-aprendizagem. Mas nada disto foi falado o que significa que o Senhor Vice-Presidente, esta manhã, "desenrascou" um discurso de circunstância.  
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

António Trancoso disse...

Caro André Escórcio
A avaliar pelo que acabo de ler, sou forçado a concluir que,o discurso proferido, representa a MEDIOCRIDADE no seu melhor.
"Quem dá o que tem, a mais não é obrigado."

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
É por estas e outras que o Povo é conduzido de uma forma que não o projecta, antes o conduz à acomodação.