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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

CARNAVAL, NA POLÍTICA, NÃO, OBRIGADO!


Se existem, neste momento, diferenças, correspondem, certamente, a pequenos detalhes. Ora, isto significa uma de duas coisas: ou o poder cega ou, na verdade, o povo acaba por ter razão quando diz que são todos iguais. Decididamente, não embarco nessa promíscua e interesseira forma de ver e de participar na política.


Nunca gostei de disfarces, nem no Carnaval alguma vez saí. Nunca me disfarcei porque nunca achei piada na interpretação daquilo que não sou. Simplesmente respeito quem o faça. Sou assim em época carnavalesca e sou assim na política, obviamente.
E isto a propósito do que por aí vou assistindo, na política, claro, com jogos, máscaras, alianças espúrias, declarações pouco cuidadas, em uma confusão de princípios e de valores que me deixam, não digo perplexo, mas com algum desânimo. Por aqui, obviamente, que se sabe como as coisas funcionam ou estão a funcionar, enfim..., mas acabo de folhear a revista FOCUS desta semana e detive-me em duas entrevistas: uma com o Dr. Paulo Portas (CDS/PP), outra com o Dr. Sérgio Sousa Pinto, ex-líder da Juventude Socialista e com dez anos de Deputado ao Parlamento Europeu (PS). Na página 22, leio: "CDS e PSD deviam fazer programa conjunto", assume o Dr. Paulo Portas; quatro páginas à frente, leio: "PSD é o parceiro natural do PS". Quem lê estes títulos que correspondem ao essencial das declarações, fica, desde logo, com a ideia de que, do CDS ao PS, passando pelo PSD, se existem, neste momento, diferenças, correspondem, certamente, a pequenos detalhes. Ora, isto significa uma de duas coisas: ou o poder cega ou, na verdade, o povo acaba por ter razão quando diz que são todos iguais. Decididamente, não embarco nessa promíscua e interesseira forma de ver e de participar na política.
O exercício da política tem, obrigatoriamente, de ser balizado por valores e o que está a acontecer é que todos estão a vender o mesmo produto. Todos falam dos pobrezinhos, dos desempregados e das empresas, o que fazem depois de uma eventual chegada ao poder, bom, isso fica para depois! Ora, numa altura que todos nós precisamos de referências, de caminhos que assegurem a diferença, numa altura onde há necessidade de definir campos de actuação geradores de confiança, parece-me óbvio que este tipo de actuação política não ajuda nada.
Uma coisa é, após umas eleições, em função da composição da Assembleia, seja ela qual for, no superior interesse do País ou da Região no estrito campo da governabilidade, assegurar acordos que conduzam à estabilidade governativa; outra é, antes de qualquer eleição, fazer da política um exercício de pesca à linha, como se fossemos todos gémeos no fácies e na roupa que vestimos. Eu não sou, que fique claro, e nesse barco não entro.
Sou partidário, defendo bandeiras e por elas me bato no Parlamento, embora tenha, no plano pessoal, a maior consideração, profundo respeito e amizade por todos os elementos da oposição e muitos, até, da maioria. Todavia, com as convicções não brinco. Os meus princípios e valores são da esquerda política e com esses, repito, não brinco.
Ilustração: Google Imagens.

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