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domingo, 13 de fevereiro de 2011

EXCELENTE POLÍTICA DE SAÚDE? "SÓ CONTARAM P'RA VOCÊ!"


O sistema de Saúde não é aquilo que a Senhora Deputada vê, mas aquilo que não vê ou, politicamente, não quer ver.



Com que então... "excelente política de saúde", assume o grupo parlamentar do PSD, através da sua porta-voz, Deputada Rafaela Fernandes. Ora, se a Senhora Deputada diz...
Só que a realidade não pode ser analisada, apenas, por dois ou três indicadores. Manda a honestidade política que se conjuguem todas as variáveis que determinam a existência ou não de uma boa ou excelente política de saúde. E, por aí, como se diz, a porca torce o rabo. E se assim não é, pergunta-se, que razões então, assistem aos médicos, aos enfermeiros, aos técnicos, etc., todos os que directa ou indirectamente estão ligados ao sistema, nas suas manifestações públicas de desagrado e de crítica? Estarão todos loucos, insanos, oportunistas ou pertencerão todos aos partidos políticos da oposição? Então, quando existe uma greve tão prolongada, como foi a dos ortopedistas, isso deve-se a quê? E as sucessivas críticas da Ordem dos Enfermeiros e dos sindicatos? E os 1034 dias para pagar uma factura, e o que significa cento e tal milhões de dívidas, e as listas de espera, e a falta de médicos e de enfermeiros, e as necessidades de consumíveis... e por aí fora, Senhora Deputada. O sistema de Saúde não é aquilo que a Senhora Deputada vê, mas aquilo que não vê ou, politicamente, não quer ver.
É óbvio que há aspectos que não são criticáveis. Pelo contrário, merecem concordância. Era o que faltava se assim não fosse, depois de trinta anos de governação absoluta, com o sistema regionalizado e com orçamento próprio. Era o que faltava. Mas daí a designar-se por "excelente política de saúde" vai uma grande diferença. Aliás, não deixa de ser curioso que o principal partido da oposição esteja há dois anos à espera de uma reunião com o Dr. Almada Cardoso. Serão razões meramente partidárias, de alguém que mandou dizer, "não os recebas", ou será que o sistema apresenta tantas fragilidades que os seus responsáveis se negam a responder às questões dos deputados da oposição?
Depois, Senhora Deputada, se o sistema é excelente não precisa de uma conferência de imprensa para o elogiar. É o próprio povo que o deve classificar. Quando um produto globalmente é bom, obviamente que se impõe no "mercado" sem necessidade de propaganda. Ou não será assim?
Ilustração: Google Imagens. 

2 comentários:

Anónimo disse...

À cerca de duas semanas atrás o meu pai entrou nas urgências acompanhado pela minha mãe cerca das 15h10.Não demorou muito a fazer o TAC e ficaram a espera dos resultados e acabaram que ficar á espera durante 12h seguidas (isso mesmo,12H!!!!)dentro das urgências esquecidos e passado várias horas é que lembraram deles.Um enfermeiro disse á minha mãe que tinham esquecido deles!!!!!E ainda o meu pai teve de fazer mais exames.Foi um massacre.Passado tantas horas é disseram a minha mãe que o meu pai iria passar a noite no hospital.Eu e minha irmã também ficamos á espera na sala de visitas .Ficamos lá também durante 12h Durante esse tempo nenhum médico falou com a gente!!!Tudo isso pudia ser evitado se a primeira "visita" ao hospital no mesmo dia(de manhã)a médica fizesse TAC á cabeça e não somente ás costas.Uma médica incompetemte estragou o dia á nossa familia.NÃO TIVEMOS UM MÉDICO DECENTE QUE EXPLICASSE O QUE ESTAVAM A FAZER!!!FOI MAU PARA SER VERDADE!!!!

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Estou relativamente bem informado, desde há muitos anos, sobre o sistema regional de saúde. Sou amigo de muitos médicos e enfermeiros.
A leitura que faço do processo não é tanto a da incompetência dos técnicos, mas do sistema que foi criado que não responde, ou responde deficientemente.
Quantas e quantas situações também se verificam em que os técnicos salvaram vidas!
Eu compreendo, totalmente, o seu desabafo, melhor, o seu testemunho, mas esse "sofrimento" porque passou deve-se mais à organização, à falta de diálogo, à pressão, enfim, a muitas outras coisas que tornam difícil a vida dos utentes do serviço e de quem lá está para os atender.
É evidente, também, que como em qualquer profissão, existem bons e maus profissionais, mas mesmo os menos bons, quando o sistema funciona, são conduzidos a melhorar a sua prestação.
Uma vez mais obrigado.