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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

OU O POVO ACORDA OU FICA METIDO NUMA GRANDE AÇORDA!


Citou a Lei de Lavoisier, "na Natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma". Eu respondo-lhe com a terceira Lei de Newton: "toda  acção provoca sempre uma reacção de intensidade igual mas de sentido contrário". Para dizer-lhe que a vossa acção política já está a provocar uma reacção de sentido contrário. O Povo já deu um primeiro sinal nas últimas eleições. É por isso que V. Exa. sentiu a necessidade de aqui vir para jogar os problemas locais para fora da Região. Falou como se nada aqui estivesse a acontecer.


Parecendo de somenos importância, não é. Refiro-me à tendência, crescente e descarada, por parte da maioria social-democrata no Parlamento, no sentido de "empurrar" todas as responsabilidades governativas locais para o governo da República. "Tudo o que está bem feito é mérito meu, tudo o que não fiz, a culpa é dos outros". Esta parece ser, ou é mesmo, a ideia base que, transversalmente, constitui a ladainha de toda a estrutura política do PSD em honra e lembrança permanente do seu inspirador "chefe". Não há intervenção política de um qualquer deputado da maioria onde a desresponsabilização não sobressaia. É assim em tudo. Tudo é remetido para lá, como se esta terra não fosse Autónoma, não tivesse órgãos de governo próprio e um orçamento próprio. Hoje, que raio, até com os cartazes do PS, que foram por aí colocados, pegaram, através de um ataque à estrutura local do Partido Socialista. Foram largos minutos a desancar, no Engº Sócrates, nos cortes nisto e naquilo, no sistema educativo, enfim, foi sempre a aviar, através de uma intervenção do Senhor Deputado Medeiros Gaspar. Tive de assumir uma posição nestes termos:
"O Senhor Deputado gastou o seu tempo todo a olhar para o PS. Está no seu direito. Mas, certamente, esse olhar esconde uma grande grande preocupação. A páginas tantas citou, até, a Lei de Lavoisier, "na Natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma". Eu respondo-lhe com a terceira Lei de Newton: "toda  acção provoca sempre uma reacção de intensidade igual mas de sentido contrário". Para dizer-lhe que a vossa acção política já está a provocar uma reacção de sentido contrário. O Povo já deu um primeiro sinal nas últimas eleições. É por isso que V. Exa. sentiu a necessidade de aqui vir para jogar os problemas locais para fora da Região. Falou como se nada aqui estivesse a acontecer. Fugiu aos problemas da Madeira, aos problemas do desemprego que atinge mais de 16.000 pessoas, fugiu à pobreza que atinge mais de 70.000 pessoas e fugiu ao drama das empresas. E falou V. Exa. do sistema educativo. De quem é, senhor Deputado, a responsabilidade da Madeira ter as mais altas taxas d País de insucesso e de abandono escolar? E Senhor Deputado, eu sei que não gosta que se fale dos Açores, mas terá de ouvir: o Orçamento dos Açores é de 1.3 mil milhões e o da Madeira 1.6. As regiões são autónomas, têm órgãos de governo próprio, porque é que tanto o preocupa esta bancada parlamentar e o governo da República, quando tem exemplos bastantes para comparar políticas. O senhor sabe que nos Açores, os mais pobres têm um complemento de pensão pago pela região, beneficiam de um valor de 50% do salário mínimo, pago anualmente, como apoio às despesas médicas e medicamentosas, têm um salário mínimo superior, contaram o tempo de serviço aos funcionários públicos e pagaram, tempo esse congelado durante 28 meses, estão a compensar os cortes salariais, têm os combustíveis 10 a 15% mais baixos, etc, afinal, senhor Deputado, para que serve a existência deste governo regional?"
Havia mais a dizer, só que dois minutos não possibilitam ir longe nas considerações. Aquela ladainha parlamentar, constituirá, estou certo, a "homilia" até às próximas eleições. No fundo, vão continuar a tocar a mesma  música, agora, mais alto e mais forte. Aliás, tem constituído sempre a estratégia do PSD, encontrar um motivo, descortinar uma situação ou um conjunto de situações, agarrando-se a elas e delas fazendo as suas bandeiras. O que não fizeram não interessa, se há disfunções, miséria, desemprego, falências, etc., certamente que é para o lado que melhor dormem. O que lhes interessa é o poder pelo poder.
E neste caminhar ainda vem o presidente do governo regional dizer que se torna necessário assustar os bancos que não ajudam, como se eles fossem instituições de caridade, como se o problema empresarial se resolvesse com mais crédito. Cair sobre a Banca, sim, mas a outros níveis, sobre os seus fabulosos lucros. Mas ninguém concede crédito a quem não tem condições de poder vir a pagá-los nos prazos acordados. E o mais caricato é que aquela declaração parte de um governo caloteiro às empresas, de um governo que tem milhões de dívidas à banca que vão comprometer as futuras gerações.
Ou o Povo acorda ou fica metido numa grande açorda!
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

Espaço do João disse...

Bem me parece que o Arquimedes sempre teve razão quando enunciou que "todo o corpo mergulhado num fluido, sofre da parte deste uma impulsão vertical de baixo para cima, igual ao peso do corpo do fluido deslocado".
Mal comparado com o Egipto, parece-me bem que o Arquimedes se passar pela Madeira, ao fim destes últimos 30 anos vai deslocar muitos corpos.
De que estais à Espera Madeirenses?
Já não chega?

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Excelente, verdadeiro e espirituoso o seu comentário.
Um abraço.