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sábado, 5 de março de 2011

ADVOGADA DAS CAUSAS PERDIDAS


Em 2001, a ex-Secretária dos Assuntos Sociais e Saúde, Drª Conceição Estudante, declara que a opção vai para um novo hospital; em 2003, o Presidente do Governo assume que o vai construir em sete anos e que é prioritário; em 2004, o presidente do governo diz que, se for eleito gostaria de inaugurar o novo hospital até 2008; em 2005, o presidente do Conselho de Administração do HCF refere que o actual hospital está fora de prazo e em Dezembro é anunciado o concurso público e, logo a seguir, oito consórcios mostram-se interessados; por aí fora...

Há Deputados(as) que, das duas, uma: ou defendem o indefensável, aquilo que ninguém entende por falta de razoabiilidade argumentativa, ou estão talhados(as) para as causas perdidas. Ora, a questão do Hospital, afinal, é porque o Governo da República não quis assumir a sua responsabilidade. À posição assumida pela Senhora Deputada Rafaela Fernandes do PSD, acabo de ler algumas mensagens na edição on-line do DN que provam que há muita gente que tem dificuldades em engolir aquele tipo de declarações: "(...) O Governo (3D) Desviar, Devertir, Destrair! e a culpa é dos Cubanos (...) Desculpe mas isso não deve ser verdade, não acredito, nunca até hoje foi noticiado, e isso seria uma notícia que nenhum dos actuais grupos de comunicação social deixaria passar, que o governo da República tornasse público, claramente, que não apoiava a construção do novo hospital, se para mais alguns partidos como o CDS e o PCP desenvolviam esforços nesse sentido, de o projecto ser de interesse comum (PIC), ao que parece os deputados do PSD-M na AR, é que se deitaram à "sombra da bananeira", e talvez receosos do sucesso dos seus colegas da oposição toca "deitar areia em cima", aliás o "PIC" tornou-se foi "PIG" (...) Se há coisa que adoro são tangas... mas não destas! (...) Realmente... a culpa é sempre dos outros. De facto, há outras prioridades....como estádios, marinas,etc... (...) Vira o disco e toca o mesmo! Pois é! Aqueles malandros, sabem que vamos gastar tantos milhões na paradisíaca lixeira do Funchal e outros tantos no indispensável sumidouro do Lugar de Baixo, e nem nos pagam um Hospital! É incrível que mesmo sabendo dessas urgentes e incontornáveis despesas, ainda estejam à espera que tenhamos dinheiro para coisas pouco interessantes como hospitais. O governo central, ao contrário do nosso, não sabe o que são prioridades!!! (...) E o estádio dos Barreiros? Teve apoio da República!? (...) A "metralhadora" de barretes e manobrismo político como tentam fugir à impopularidade é de uma criatividade absolutamente delirante".
A posição do PSD é, de facto delirante. Em 2001, a ex-Secretária dos Assuntos Sociais e Saúde, Drª Conceição Estudante, declarava que a opção vai para um novo hospital; em 2003, o Presidente do Governo assumiu que o vai construir em sete anos e que é prioritário; em 2004, o presidente do governo disse que, se for eleito, gostaria de inaugurar o novo hospital até 2008; em 2005, o presidente do Conselho de Administração do HCF assumiu que o actual hospital estava fora de prazo e em Dezembro foi anunciado o concurso público e, logo a seguir,que oito consórcios mostraram-se interessados; em 2006 foi dito que a obra avançava no final de 2008; em 2007, o actual secretário assumiu que a construção do novo hospital estava decidida, definitiva e irrevogavelmente. A partir de 2008, o PSD começou a oferecer sinais de dúvida, com o Deputado Jaime Ramos a dizer que o novo hospital não era uma necessidade urgente e básica; no entanto o presidente do governo continuou a sublinhar que a prioridade era um novo hospital. Daí para cá constata-se o recuo, todavia, de trapalhada em trabalhada. Entre muitas a das expropriações.
Perante um quadro destes, e lá vão dez anos, vem a Senhora Deputada Rafaela Fernandes dizer que a culpa é de Lisboa. Nem teve presente que a saída das regiões Objectivo 1 da UE, além de ter custado menos 500 milhões de receitas, pode também estar em causa um hospital. Se calhar foi a oposição que esteve em Bruxelas a manifestar a riqueza da Madeira à custa de um PIB empolado pela Zona Franca, portanto uma riqueza que nunca existiu.
Hoje, é Sábado de Carnaval. Este é, apenas, mais um DESFILE.
Ilustração: Google Imagens.

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