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quinta-feira, 31 de março de 2011

"LAPSO DE SERVIÇO" NÃO. FALÊNCIA DO REGIME, SIM!


Assumam que ascende já a 1000 milhões de euros os encargos junto dos fornecedores. Assumam que há obras paradas por falta de financiamento. Assumam o estrondoso falhanço desta política.


A notificação do Tribunal para executar a penhora de bens patrimoniais, por uma dívida do governo regional no valor de € 100.000,00, não constituiu um "lapso de serviço". Trata-se, antes, de um claro sintoma da falência deste sistema e deste regime. Melhor seria que assumissem que o cofre está vazio e que começam a experimentar dificuldades para pagar aos funcionários públicos.
E quando se chega a este ponto, perguntar-se-á, como estarão todos os restantes encargos assumidos e não pagos. Assumam, pois, que ascende já a 1000 milhões de euros os encargos junto dos fornecedores. Assumam que há obras paradas por falta de financiamento.
Ainda ontem, na RTP-M, os madeirenses e porto-santenses tiveram a oportunidade de seguir dois exemplos: a obra no porto do Funchal, da responsabilidade da Sociedade Metropolitana (é dinheiro público que será pago por todos) e a escandalosa dívida à Medical Center no valor de 1,6 milhões de euros, que conduziu a empresa a ter que pagar, apenas € 250,00 aos seus colaboradores. Mas há tantas dívidas por aí, porque a torneira da banca, do dinheiro fresco, fechou! 

E a lata é tal que não admitem o estrondoso falhanço desta política. Falam de "lapso de serviço", como se alguém, minimamente familiarizado com o que se está a passar, conseguisse engolir esta tentativa de passar ao lado do real problema. E, claro, lá vem a "sacrossanta" declaração do presidente do governo regional: Sócrates "foi o pior primeiro-ministro para a Madeira". Não foram as megalomanias do governo que esvaziaram o cofre, não foram a loucuras para alimento dos lóbis da construção civil que estiveram em causa, não foram as tresloucadas posições de subsidiodependência absoluta que desgraçaram o tecido empresarial e a estabilidade das famílias, não, não foi nada disso, foi o Sócrates!
Como se a Madeira não tivesse órgãos de governo próprio e um orçamento próprio. Mas a culpa é hoje do Sócrates, como, amanhã, será de um qualquer outro. E vem ele falar de um "conversa a sós" com o Dr. Passos Coelho. Que se cuide.
Ora, nunca há aqui uma efectiva responsabilização pelos actos, pelo que culpa é sempre dos outros. O lamentável desta situação é que se passaram 35 anos de governação absoluta e o povo continua a acreditar em tudo o que ele por aí vai dizendo, tal como os seus pares na Assembleia Legislativa da Madeira. Espero que o Povo desperte da sonolência para a qual, meticulosamente, o empurraram.
Ilustração: Google Imagens.

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro Professor, essa noticia saíu na RTP M? Ora essa empresa não está controlada pelo regime? parece incrivel...

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Compreendi a ironia. Mas fique sabendo que nada me move contra os profissionais da RTP-M. Pelo contrário.
Mas sempre lhe digo que sempre apreciei a transparência dos actos. E é contra essa falta de transparência que nada tem a ver com os trabalhadores que algumas vezes me insurjo. E para bons entendedores...

Anónimo disse...

Para bons entendedores, não houve censura nesse dia...Foi uma distração do regime...

André Escórcio disse...

Mas, ainda lhe restam dúvidas? Eu acompanho isto há 40 anos. Ah, colaborei com a RTP, durante quinze, numa altura que não havia produtores e realizadores. Os realizadores eram os de continuidade. E os produtores também apresentavam. Conheci quatro directores e sei o que me contavam. Por isso, meu Caro, tenho toda a história presente.
Lamento é que a sua ironiazinha pareça consubstanciar a defesa do que se passa. Se é assim, é mau que aconteça. Mas o problema não é meu.