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segunda-feira, 7 de março de 2011

A SETE MESES DE ELEIÇÕES!!!


Aceito, obviamente, que face a alegadas desconformidades de pensamento político, um eleito prefira afastar-se, cedendo o lugar a outro. É natural e respeitável essa posição. Já não o é quando assume a crítica para o interior do partido, passando a uma espécie de "independente", embora mantendo a filiação partidária. Não aceito.

Tenho dificuldades em perceber e de aceitar que, no decorrer de um qualquer mandato, um militante partidário, eleito para o desempenho de uma dada função, se afaste com críticas ao partido que o elegeu. Aceito, obviamente, que face a alegadas desconformidades de pensamento político, um eleito prefira afastar-se, cedendo o lugar a outro. É natural e respeitável essa posição. Já não o é quando assume a crítica para o interior do partido, passando a uma espécie de "independente", embora mantendo a filiação partidária. Não aceito.
Se um militante discorda da orientação tem o dever nos órgãos próprios de fazer sentir o seu desconforto, ou, então, esgotadas as possibilidades de articulação, abandona a responsabilidade que assumiu, mantendo uma postura de reserva ou, em circunstâncias extremas, procura outros caminhos mais concordantes com o seu posicionamento político. Aliás, um político é eleito pelo povo, é certo, mas é sobretudo eleito pelo partido que o indigitou. No actual sistema organizacional é assim que um político deve considerar a sua postura.
Com a devida consideração que tenho pelas pessoas que, voluntariamente, colaboram e muitas vezes sofrem porque são perseguidas ou olhadas de forma enviesada, sobretudo em concelhos da Madeira, pequenos e limitados, não posso entender que a sete meses de um acto eleitoral, numa Região a necessitar de urgente vassourada política, um militante teça considerações que oferecem, de mão beijada, trunfos ao adversário político que há trinta e tal anos milhares combatem sem sucesso. Haverá outras razões? Não sei, nem para o caso interessa.
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

João Sousa disse...

Percebo o incómodo da situação e lamento-a. Até sou capaz de compreender a situação do meu conterrâneo Adelino Silva, pois também já desempenhei o cargo de vereador, na CMS, e acabei por suspender o mandato, cedendo dessa forma o lugar ao cidadão que estava na posição imediata. Dessa forma, não traí o Partido Socialista nem o eleitorado. Certamente ele, tal como eu na altura, também tem razões fortes para estar descontente, embora me pareça que no caso dele o cerne da questão reside no facto dele não ter apoiado a liderança actual do PS-M. Aliás, quando ele me disse que ia participar activamente no processo eleitoral interno, desaconselhei-o, pois receava que lhe acontecesse o mesmo que a mim, o que infelizmente se veio a confirmar.
Importa, pois, reflectir sobre a qualidade da democracia interna no PS-M que leva os derrotados dos congressos a se afastarem. Será que foi feito tudo para que, após as eleições internas, todos os militantes, sem excepção, foram tratados com o devido respeito e consideração como até antes das mesmas? Comigo houve ostracismo e isso não é aceitável num partido democrático. Para quem tem que combater o PSD-M, com todos os seus tiques anti-democraticos, não á aceitável ter que se confrontar com comportamento idênticos no PS-M.
Seja como for, acho que a saída mais adequada nesta situação deve passar pela suspensão do mandato do vereador Adelino Silva, já que não se tratou de uma eleição unipessoal mas partidária, em que apareceu o símbolo do PS, o que significa que ele teve votos na sua pessoa mas também no partido.
Victor Freitas, uma vez mais, sendo de Santna, não esteve à altura das suas responsabilidades políticas, já que era expectável que ele soubesse ajudar o PS-M a solucionar este problema. Porém, como no passado, faz de conta que não é nada com ele... Infelizmente!

João M. R. Sousa

André Escórcio disse...

Obrigado pelo teu comentário.
Caríssimo João Sousa,
Quando saiste, cedeste o lugar a outro. Foi uma saída com elegância.
Ora, o caso em apreço não o conheço. Nem o caso nem a pessoa. Com ele falei duas ou três vezes e fiquei com óptima impressão. Por isso não falo de pessoas mas de comportamentos. Sabes que estive na Assembleia de 1996 a 2000, saí e regressei à Escola. Sete anos depois, mantendo o combate político, voltaram a pedir a minha colaboração e por aqui tenho andado. As convicções acima de tudo.
O que hoje escrevi acredita que foi por impulso, uma vez que estamos a sete meses de eleições. E há muito trabalho feito no parlamento. E tudo isto, por mais que seja feito, acaba por destruir a imagem do partido. É isso que lamento. Um abraço.