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quinta-feira, 7 de abril de 2011

INVESTIMENTOS RACIONAIS? SÓ AGORA? MAS, HÁ QUANTO TEMPO ISSO É DEFENDIDO?


Oh Senhor Secretário (do estado a que isto chegou), mas afinal julga que os madeirenses são todos uma cambada de mentecaptos, que ninguém se lembra do que disse nos debates, do que consta no diário das sessões da Assembleia, da sua postura em defesa de um modelo ultrapassado, nos ataques sistemáticos ao governo da República como se eles fossem os culpados dos desmandos e megalomanias regionais?


Fui ao dicionário on-line em busca de um significado para o nome "Ventura". E dei com esta preciosidade: "aquele que não vive com os pés chão e desliga sua atenção com uma rapidez incrível. As vezes isso dá a impressão de não estar nem ai para o que acontece à sua volta (...) não gosta nem de dar nem de receber ordens e precisa aprender a controlar a teimosia".
Ora, o Secretário Regional do Plano e Finanças, Dr. Ventura Garçês, parece-me ter um pouco de tudo isto, entre venturas e desgraças desta Região. Quando, tantos anos depois, quando depois de tantos alertas no decorrer dos debates do Orçamento da Região, vem dizer que a Região terá de ter uma política orçamental muito rigorosa e os investimentos a realizar terão de ser rendíveis do ponto de vista social, ou para alavancar o investimento privado, só pode ter andado para aí distraído com o que acontece à sua volta. Mais. E que a sua prescrição servirá de mote para os próximos tempos. Oh Senhor Secretário (do estado a que isto chegou na Madeira), mas afinal julga que os madeirenses são todos uma cambada de mentecaptos, que ninguém se lembra do que disse nos debates, do que consta no diário das sessões da Assembleia, da sua postura em defesa de um modelo ultrapassado, nos ataques sistemáticos ao governo da República como se eles fossem os culpados dos desmandos e megalomanias regionais? Afinal, quem é que assinou, deu o aval, abanou a cabeça do consentimento a tantas obras que hoje são elefantes brancos e que estão a custar os olhos da cara a todos os madeirenses e porto-santenses? Em todo este tempo, certamente, não andou com os pés no chão. Onde andou a coragem do Secretário (do estado a que isto chegou) para dizer não a marinas, piscinas e estádios de futebol? Onde estão os seus alertas públicos que esta não poderia ser uma via de sucesso, mas uma via para a ruína? E questiono, o que é para este Secretário (do estado a que isto chegou) o investimento no sector social, quando nega um complemento de pensão aos pensionistas de baixíssimos recursos, quando aceita que os funcionários públicos continuem a ser espoliados dos seus direitos,  quando nega o esbatimento da pobreza com medidas que, obviamente, acarretam despesa, mas diminuem o sofrimento? Que sentido do social terá? Será que fazer uma estrada ou um túnel constitui uma obra social no verdadeiro sentido e contexto da palavra social? Não terá olhos abertos para ver o sentido da política social nos Açores? E é para isto que vai "botar" discurso num painel frente a pessoas que, infelizmente, o terão de aplaudir?
Só agora descobriu que os investimentos têm de ser racionais. Que numa política de desenvolvimento, um dos princípios basilares é o da PRIORIDADE ESTRUTURAL. Tantos anos para perceber isto. Tantos anos para perceber que "temos de assegurar o crescimento económico, porque este é que vai assegurar postos de trabalho e riqueza". Só que a muitos não engana, porque este tipo de discurso para além de desfasado no tempo, ninguém acredita em função do que habitualmente a casa gasta. 
Ilustração: Google Imagens.

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