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sábado, 2 de abril de 2011

PAINÉIS, PARA QUÊ?


Pouco se importam com a repetição, com o riscado vinil de tanto ser utilizado, o formato é único, depende, apenas do intérprete, às vezes parece em 78 rotações (há deputados(as) que falam muito rápido), outras, em 45 rotações. A maioria das vezes, o registo é de 33 rotações. Arrasta-se. Em todas elas, há sempre um da maioria que corrobora, com simpatia... Vossa Excelência, Senhor Deputado, acaba de fazer uma excelente intervenção...! 


Assisto, todos os dias, a um frenesi sobre os "painéis" políticos que o PSD anda para aí a organizar. Ora, se a solução dos problemas passasse por aí, porque há anos que os fazem, obviamente, se deles resultasse alguma coisa, a Madeira não teria os problemas que tem de enfrentar. Ora, aquilo não passa de uma encenação, porque, no fundo, ao contrário de Lavoisier, nada cria, tudo se perde e nada se transforma. Não passa de uma encenação e de uma coisa pior, a capturação da sociedade, de mais algumas figuras que ali vão, concedo-lhes o benefício da dúvida, de boa fé. E mais, se não têm servido para nada, neste momento, os ditos "painéis" parecem-me valerem zero face ao contexto político, económico-financeiro e social da Região. Porque ali ninguém se atreverá a colocar em causa o pensamento do líder, pelo que as palavras e os conceitos serão medidos e, portanto, tudo se conjuga para que seja um tempo artificial e politicamente perdido. Ganham a imagem, é verdade, de uma sala cheia, a imagem e o som da propaganda, mas, substantivamente, para a população, para os ganhos de uma Região aflita, de acordo com a cartilha, pergunto, se alguém, no seu perfeito juizinho, acreditará em qualquer outra estratégia que não seja a conhecida?
Ora, melhor seria que começassem a governar, independentemente de faltarem escassos sete meses para o final da Legislatura. Sendo a situação regional muito grave, prevendo-se um colapso financeiro para muito breve, sendo evidentes os sinais de acrescida preocupação no quadro empresarial, logo no crescimento do desemprego e da concomitante pobreza, bom seria que o tempo fosse aproveitado para apresentarem soluções e não para, a todo o momento, sacudirem responsabilidades próprias.
Aliás, não há uma intervenção, uma declaração política ou um artigo de opinião que não seja direccionado para o "inimigo externo". Assim se comportam o presidente do governo, os secretários e, por extensão, no parlamento, todos os deputados da maioria social-democrata. Pouco se importam com a repetição, com o riscado vinil de tanto ser utilizado, o formato é único, depende, apenas do intérprete, às vezes parece em 78 rotações (há deputados(as) que falam muito rápido), outras, em 45 rotações. A maioria das vezes, o registo é de 33 rotações. Arrasta-se. Em todas elas, há sempre um da maioria que corrobora com simpatia face à "eloquência discursiva"... Vossa Excelência, Senhor Deputado, acaba de fazer uma excelente intervenção...! 
A excelente intervenção não passa de mais um ataque para fora, muitas vezes nem para a oposição é, mas para a República, como se toda esta gente que governa a Madeira há 35 anos consecutivos não tivesse qualquer responsabilidade política. Todos afinam pelo mesmo diapasão, o livrinho é sempre o mesmo e o refrão da cantiga não muda.
Curiosamente, esta manhã, escutei uma parte de um programa da RDP. Raramente o escuto, mas, no trânsito lá fui ouvindo, julgo que os sete minutos finais do programa. A páginas tantas o prof. Virgílio Pereira (PSD) disse que tudo isto estaria melhor se, de facto, fossemos mais autónomos e que toda a Madeira deveria ser uma zona franca. Bom, sobre a zona franca não me vou pronunciar, mas, questiono, mais autónomos em quê? Para produzir mais disparates, para aumentar a megalomania e riqueza de uns quantos, para não cumprir os instrumentos de planeamento, para criar mais endividamento, para gerar mais desemprego e mais pobreza? Se, com a autonomia existente, temos uma realidade bem complexa, permito-me adivinhar o que não seria ou como estaríamos em uma "autonomia total" à moda do dr. Jardim! 
Regressando ao início, aos painéis temáticos, para quê, se deles nada resulta. O que a Madeira precisa, urgentemente, é de MUDANÇA DE PARTIDO na governação da terra. Todos nós precisamos de gente que traga inteligência e consistência política, rigor, seriedade, honestidade, bom senso, respeito pelo povo, planeamento e uma coisa tão simples quanto isto: impor uma austeridade para dentro do governo, não a derramando em cima dos cidadãos indefesos. 
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

Coelhada disse...

Mudar para o partido se Sócrates?
Ou de Serrão?
Deve estar a brincar...
Andes disso (e estou a brincar) prefiro mil vezes um coelho de galinha debaixo do braço.
Esse, pelo menos, não alimenta ilusões e mentiras. Apenas vai deitando abaixo...

André Escórcio disse...

É óbvio que só pode estar a brincar em função do que escrevi.