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quarta-feira, 27 de abril de 2011

QUEM PERDEU O JUIZINHO?


Percebo o seu jogo. Ele está perfeitamente identificado, está construído na base da distracção, de uma sistemática gritaria onde os assuntos locais tendem a passar para segundo plano, fazendo emergir as políticas dos outros, alegadamente, a irresponsabilidade dos outros e a menoridade política dos outros. Como se por aqui não dispuséssemos de órgãos de governo próprio, de Estatuto próprio e de orçamento próprio.


Talvez seja um problema de surdez política!

Uma vez mais, o "único importante" e, pelo que por aí vai dizendo, o "único esclarecido", veio dizer que "Portugal deu provas que perdeu o juízo". Leio: "(...) É triste este Portugal, neste momento, está sob tutela estrangeira. Portugal é uma espécie daquela pessoa que perdeu o juízo, que não tem condições para se governar e que as famílias recorrem ao juiz e o juiz arranja um tutor para gerir o fulano que não é bom da cabeça" (...) "Portugal está hoje sob tutela, Portugal deu provas que não estava bom da cabeça e, portanto, arranjou-se uns fulanos para governar Portugal".
Enfim, todos perderam o juízo e, curiosamente, o único que se deduz estar em perfeito equilíbrio, por um lado, com tanta e inesgotável capacidade, ninguém o quer por lá, por outro, na terra que governa há 36 anos, tem a economia de rastos, o cofre vazio, as obras paradas, um rasto de 17.500 desempregados, seis mil milhões de dívidas, falências, pobreza, exclusão social e empresários à nora. Afinal, quem é o roto e quem é o esfarrapado, perguntar-se-á. Sinceramente, eu julgo que é preciso ter uma enorme lata para falar do País quando o próprio carrega um historial que não configura aquilo que pode ser considerado de boa governação. Não tem legitimidade para falar do País quando, com altas responsabilidades na Região Autónoma, através das tresloucadas políticas, conduziu esta parcela do País a uma situação muito preocupante. E os outros é que não têm juizo!
Percebo o seu jogo. Ele está perfeitamente identificado, está construído na base da distracção, de uma sistemática gritaria onde os assuntos locais tendem a passar para segundo plano, fazendo emergir as políticas dos outros, alegadamente, a irresponsabilidade dos outros e a menoridade política dos outros. Como se por aqui não dispuséssemos de órgãos de governo próprio, de Estatuto próprio e de orçamento próprio. Foram eles, os de lá, que impuseram as obras megalómanas, foram os de lá que geraram o monstro da dívida, são os de lá os causadores da desgraça do desemprego e são os de lá os responsáveis por uma política económica desadequada. 
As eleições estão aí. Que o Povo saiba interpretar os sinais do tempo que estamos a viver.
Ilustração: Google Imagens.

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