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sexta-feira, 6 de maio de 2011

A MILITÂNCIA DO SILÊNCIO


Ora, uma pessoa imbuída destes valores, obviamente, que terá de ser uma pessoa não acomodada, fingidora e de braços caídos. Terá, naturalmente, que fazer parte de um grupo de pensadores que se manifestam contra a "militância do silêncio". Quando, aos outros, se atribuem "pecados", talvez o "pecado" maior seja o da "militância do silêncio" (...)


Tenho uma cada vez maior admiração pelo Senhor Padre José Luís Rodrigues. Admiração pelo desassombro das suas mensagens, pelos  respeito que nutre por princípios e valores de Vida, pela fé de que dá nota, pela profundidade da Palavra que transmite. No seu blogue pessoal (Banquete da Palavra), que assiduamente visito, leio: "Sou sacerdote. Gosto muito do que faço. Ora bem, e o que se há-de esperar de quem é feliz! Assim, o que mais desejo neste mundo é que os outros também sejam muito felizes. Por isso, façam todos o grande favor de serem felizes".
Ainda hoje, lá colocou um post, um poema de Sebastião da Gama:
"Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.
(...)"
Ora, uma pessoa imbuída destes valores, obviamente, que terá de ser uma pessoa não acomodada, fingidora e de braços caídos. Terá, naturalmente, que fazer parte de um grupo de PENSADORES que se manifestam contra a "militância do silêncio". Quando, aos outros, se atribuem "pecados", talvez o "pecado" maior seja o da "militância do silêncio", como o ilustre Reverendo declarou hoje ao DN. É uma voz incómoda, é claro que é. Mas também não tenho dúvidas que a voz do Padre José Luís Rodrigues é construtora de uma Igreja verdadeira e não de uma Igreja bafienta, arrumada e trancada nas gavetas da Sacristia.
Não coloco aqui a questão entre crentes e não crentes, entre os que têm e os que não têm fé, coloco sim, aqui, a existência de uma instituição universal, com dois mil anos, com um poder que nenhuma outra desfruta, e que não pode ou não deve prosseguir na "omissão e nos silêncios, sobretudo aqueles pensados e estudados", porque tudo isso "é uma forma de tomar partido". Concordo, Padre José Luís, que essa "militância do silêncio" se torna castradora da Libertação, o que contraria, como sublinhou, que "é algo que vai contra aquilo que fez Jesus Cristo, "que tomou posição clara em relação aos poderes quer religioso, quer político" (...) "Jesus foi o maior político da história, tomando partido pelos mais pobres, numa afronta directa em relação aos poderes político-religiosos da época".
É por isso e pela sua inteligente participação cívica, de Homem feliz que apenas deseja que os outros também sejam felizes, que aqui deixo a minha admiração. Aliás, tantas vezes digo no meu círculo de amizades: se sou feliz, porque raio os outros não têm esse direito? É por isso que, relativamente ao Padre José Luís, apenas sublinho: tomara que a nossa terra pudesse contar com muitos que traduzissem a Palavra por miúdos, devidamente contextualizada na Vida.
Um abraço de grande admiração.
Ilustração: Google Imagens.

3 comentários:

José Luís Rodrigues disse...

Meu ilustre amigo,
a sua palavra de admiração pelo que sou e digo, é reconfortante e dá-me força para nunca deixar de ser o que Deus permite que eu seja. Obrigado e saiba que também nutro também uma grande admiração por tudo o que é e faz na nossa terra em ambiente tão adverso para quem toma outras opções que não sejam as do poder dominante. Um forte abraço.

José Luís, p.

Pica-Miolos II disse...

Este Senhor Sacerdote,nunca mais chega a Bispo! Nem sequer a Cónego...

André Escórcio disse...

Obrigado pelos vossos comentários.