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quinta-feira, 26 de maio de 2011

QUANDO SÃO NECESSÁRIOS 25 AGENTES, 4 CARROS PATRULHA E SEGURANÇAS PRIVADAS...


Conseguiram adormecer os milhares que se queixam em voz baixinha (à custa da rede tentacular de interesses) e aqueles que se opõem não vão presos (até ver) mas não contam (para já) com uma retaguarda consistente que coloque nos eixos os desmandos de trinta e tal anos de governação. Existe aqui uma ANP (Acção Nacional Popular) que apenas mudou de sigla (PSD), com "armas" diferentes, mais refinadas, onde ninguém vai preso ou é exilado, todavia com idênticos objectivos.


Inauguração de uma pista para patinadores.
"indiscutivelmente" uma grande prioridade
para a Madeira.
Quando são necessários 25 agentes da Polícia de Segurança Pública, 4 carros patrulha e outros seguranças de empresas privadas, para protegerem o presidente do governo regional e "comitiva" num acto inaugural, isto pressupõe um quadro de crescente e visível instabilidade. Creio que a Região está a passar pela fase psicológica, isto é, de progressiva contaminação das consciências mais livres e chegará o dia onde não haverá segurança que lhe valha. Ainda hoje, na edição do DN-Madeira, assinado por Paulo Gomes leio:
"E nós calamo-nos. Como aquela jovem que foi assaltada várias vezes e a polícia nem queria receber a queixa. Quantos polícias seriam precisos para prestar segurança a um cidadão ameaçado? Quantos polícias foram precisos para vedar a Praia Formosa ao PND? Qual era a ameaça? Suspenderam tempos de antena por compararem Jardim a Hitler, mas o que fizeram quando alguém chamou, para além de Hitler, Saddam e outros nomes ao actual PM? E o que fazem quando o senhor Cardoso apelida de nazis, fascistas e outros carinhosos nomes os do contra? E o que fizeram quando impediram o deputado Coelho de entrar na Assembleia? E as agressões que ocorreram aí? Nada. Por isso não me venham com a treta de ter que provar que na Madeira estamos numa ditadura. Ou que há corrupção. O povo não será cego para sempre. Mesmo que não queira ver, até o cheiro pode denunciar".
Concordo. Embora em contextos diferentes começo a sentir-me antes do 25 de Abril. Com uma agravante: antes o combate à ditadura registava uma frente que era perseguida, presa, exilada ou torturada, enquanto outros, milhares, sofrendo em silêncio, esperavam pelo dia D. E lá iam fazendo o que podiam, sempre que possível metendo o pauzinho na engrenagem. O objectivo da luta estava perfeitamente definido. Hoje, está pior. O alvo é difuso. As culpas são de cá, dos órgãos de governo próprio, mas a uma só voz, os apaniguados despacham para lá as causas do sofrimento dos madeirenses e porto-santenses. Conseguiram adormecer os milhares que se queixam em voz baixinha (à custa da rede tentacular de interesses) e aqueles que se opõem não vão presos (até ver) mas não contam (para já) com uma retaguarda consistente que coloque nos eixos os desmandos de trinta e tal anos de governação. Existe aqui uma ANP (Acção Nacional Popular) que apenas mudou de sigla (PSD), com "armas" diferentes, mais refinadas, onde ninguém vai preso ou é exilado, todavia com idênticos objectivos.
Porém, é sensível, por um lado, a existência de um ambiente psicológico (em vários sectores da população), por outro, um ambiente de receio (governo). E tanto assim é que o presidente do governo da Madeira, ainda ontem, deixou escapar que admite "uma escalada da violência". De que está à espera? Se semeou ventos só pode colher tempestades. Infelizmente, digo eu, porque a minha concepção da Democracia não se enquadra nem na longevidade nos cargos, tampouco nos actos de violência.
Ilustração: Google Imagens.

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