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sexta-feira, 13 de maio de 2011

A TÁCTICA DO COSTUME


Só que essa estratégia está gasta, é bem conhecida e assume dois objectivos: primeiro, oferecer uma ideia para o exterior, junto da população, que aqueles órgãos de “serviço público” estão ao serviço da oposição; segundo, combinada ou não, exercer pressão sobre as pessoas que, para lá estarem, têm o seu aval.
 
O PSD, pela mãozinha estratégica do Dr. Jardim, se há muito era notada a táctica, agora, ela assume contornos descarados. Vejamos: foi ouvido na admissão dos directores da RTP/RDP, é conhecido todo o processo muito pouco claro dessas nomeações e, agora, ataca-os de forma descabelada. Só que essa estratégia está gasta, é bem conhecida e assume dois objectivos: primeiro, oferecer uma ideia para o exterior, junto da população, que aqueles órgãos de “serviço público” estão ao serviço da oposição; segundo, combinada ou não, exercer pressão sobre as pessoas que, para lá estarem, têm o seu aval.
É claro que isto se insere, também, no contraponto que ele, permanentemente, faz em relação do Jornal da Madeira. Para justificar os escandalosos apoios ao Jornal visando a propaganda diária, ataca a RTP/RDP. Táctica velha que só os desatentos engolem. E, já agora, o que dizem os visados?
E a propósito de comunicação social admirei a posição assumida pela Eurodeputada, Dr.ª Edite Estrela, em Bruxelas, relativamente aos apoios públicos ao Jornal da Madeira. Concordo, em absoluto, que esta situação seja dirimida ao mais alto nível europeu. Há que, de uma vez por todas, clarificar os normativos europeus no que concerne às regras de mercado e participação pública em órgãos privados. O PSD veio logo falar do apoio do Estado à RTP/RDP. Trata-se da habitual e intencional confusão entre o que são empresas privadas de comunicação social, relativamente àquilo que consta da Constituição da República, enquanto direito dos portugueses a um “serviço público” de rádio e de televisão.
Sinceramente, espero que a Comissão Europeia defina, de uma vez por todas, esta situação que tem contado com o silêncio cúmplice do Estado Português.
Ilustração: Google Imagens

4 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro amigo

Pedindo desculpa pela insistência…

Um dos problemas que mais aflige a classe política é a sua crescente falta de credibilidade. Mas como é que se pode acreditar nessas pessoas se, para elas, o conceito de bem ou de mal depende da cor partidária?
Creio que, dado o grave momento que vivemos, se torna imperioso mudar radicalmente a forma de fazer política. Com coragem e isenção. De uma vez por todas, se algo é mau, tem de passar a ser mau independentemente de quem o pratica.
Neste caso que aqui muito bem apresenta, e com a qual concordo inteiramente, há que traçar o paralelo com o que se passa em Lisboa que é, a meu ver, muitíssimo mais grave.
Caso contrário, pode haver muita gente que pense: “está a falar assim porque não é da cor”.
A bon entendeur…

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Eu compreendo-o. Mas sabe, Caríssimo, tenho tido uma preocupação de manter este espaço de comunicação e debate muito circunscrito à nossa Região. Aqui nasci, aqui desempenhei a minha actividade profissional e aqui tento "meter o pauzinho na engrenagem". O partido, para mim é um instrumento, não um fim. E dentro do partido, relativamente a Lisboa, distancio-me em muitos aspectos. Até subscrevi uma Moção contrária à do Secretário-Geral.
E deste caminho tentarei não me desviar, porque se desviar a minha atenção para fora da Região, estarei a colaborar ou a ajudar a não construção de uma alternativa na Madeira. Estou atento para o que lá se passa, mas o combate político é aqui, com regras, com moderação e com coragem, como disse.
Muito obrigado pela sua reflexão.

Fernando Vouga disse...

Caro amigo

Obrigado pelo seu comentário. Fiquei esclarecido. Respeito e admiro a sua postura.
Pelo que me diz respeito, o tema está assim esgotado.

André Escórcio disse...

Muito obrigado pela compreensão.
Acredite que às vezes bem me apetece. Todavia, tenho de frenar até porque desempenho as funções de líder do grupo parlamentar. Não sou, portanto, uma pessoa totalmente liberta para análise. Preocupa-me a Madeira, os desequilíbrios, os danos de 36 anos de política absoluta, a dívida, o desemprego, a pobreza, o tecido empresarial, enfim, preocupa-me muita coisa por aqui.
Um abraço.