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quarta-feira, 18 de maio de 2011

A TEIA SINISTRA


No parlamento assisto a uma estratégia com dois tipos de actores: um, de discurso mais aprimorado, mas cheio de fel, venoso e cáustico, repetindo até à exaustão a lengalenga: todos os males devem-se à República. Eu diria, um discurso políticamente cretino. Quanto mais jovens são pior interpretam a cartilha. Com palavras mansas ofendem e de que maneira; outro, mais desajeitado, que deixa sair boca fora tudo o que lhes vem à cabeça. A Assembleia, consequência de anos a fio de supremacias absolutas e condicionadas pela voz de um só homem, tornou-se num lugar desprestigiante. Os vários episódios nesta Legislatura por si só demonstram.


O que ontem foi publicado no Jornal da Madeira é óbvio que deverá ser remetido para a Entidade Reguladora da Comunicação Social. É o mínimo que se deve fazer. A página que aqui, uma vez mais, reproduzo, testemunha aquilo que tantas vezes tenho referenciado: a ausência de qualquer sentido de respeito democrático, de pudor, de sensibilidade para os limites que, mesmo neste contexto de um Jornal ao serviço de uma política e de um partido, não devem ser ultrapassados. A "Teia Sinistra" são os partidos da oposição, o Diário, os correspondentes do Público e do DN-Lisboa e, imagine-se, a RTP e a Moçonaria. Cabecinha prodigiosa, digo eu, quem criou aquele "artigo de opinião", numa página paga pelos madeirenses e porto-santenses. É a política do vale tudo. No parlamento assisto a uma estratégia com dois tipos de actores: um, de discurso mais aprimorado, mas cheio de fel, venoso e cáustico, repetindo até à exaustão a lengalenga: todos os males devem-se à República. Eu diria, um discurso políticamente cretino. Quanto mais jovens são pior interpretam a cartilha. Com palavras mansas ofendem e de que maneira; outro, mais desajeitado, que deixa sair boca fora tudo o que lhes vem à cabeça. A Assembleia, consequência de anos a fio de supremacias absolutas e condicionadas pela voz de um só homem, tornou-se num lugar desprestigiante. Os vários episódios nesta Legislatura por si só demonstram. Mas, para o autor do citado artigo de "opinião", ali, naquele espaço, não existe uma "Teia Sinistra". O Jornal da Madeira, para onde são canalizados entre 3 e 4 milhões por ano, visando, diariamente, manter o PSD no poder, não é exemplo de uma tal "Teia Sinistra". As Sociedades de Desenvolvimento (eu diria, de endividamento), não são exemplo dessa tal "Teia Sinistra". Os avales, as concessões, os "monopólios", o controlo quase total de todo o associativismo desportivo e cultural e a respectiva subsidiodependência, para o autor daquele artigo de "Opinião" não fazem parte da "Teia Sinistra". O próprio silêncio da Igreja não faz parte da "Teia Sinistra". Só fazem parte aqueles que saem da "cabecinha pensadora" do autor do artigo de "opinião" em causa, uns por imaginação e outros que teimam em se manter independentes e distantes da porcaria política.
Ainda na passada Segunda-Feira, tive um encontro protocolar de apresentação de cumprimentos, com o Senhor Representante da República. O encontro decorreu com a necessária cordialidade, mas confesso que fiquei espantado. Poderia o Senhor Representante manter-se distante, mas o que dele escutei assim pode ser resumido: não se pode dizer que na Madeira a Democracia está em causa e que a liberdade de imprensa não está assegurada. Repito, poderia o Senhor Representante ter-se resguardado, mas não, foi autêntico e, nesse aspecto, cordialmente, aqui e agora, dou-lhe parabéns. Depois do que escutei (e se bem escutei) o Senhor Representante jamais entrará na "Teia Sinistra", pois a Democracia funciona em pleno e a comunicação social como está, está bem e recomenda-se. Foi o que deduzi, lamento ter de o dizer. O Jornal da Madeira e as características de funcionamento das rádios locais, quase todas do mesmo dono, devem ser, portanto, uma invenção dos partidos da oposição. Aquela foto, "demonstra-o"!
Ilustração: Google Imagens.

4 comentários:

Anónimo disse...

...Um amigo meu refere repetidamente que isto agora só vai lá (o que quer que isto signifique) se houver sangue..... Muito SANGUE!
Começa a convencer-me....

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Oxalá que não. O Povo tem de abrir os olhos e, muito pacificamente, iniciar um novo ciclo.

André Loja disse...

Tenho de admitir que esses pensamentos também já me cruzaram o pensamento. Mas logo os repudio com a esperança em algo maior: o eterno bom-senso e sentido de ética humano!

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário. Concordo. Mas sempre adianto que um meu Amigo de longa data, lembra-me sempre: "André, não sei quando, mas que isto vai dar tragédia, não tenho dúvidas!"