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quinta-feira, 23 de junho de 2011

“HOSPITAL ASFIXIA PRIVADOS”

 
 
Existindo uma capacidade de resposta adequada às necessidades, no que concerne aos meios complementares de diagnóstico, e, por outro lado, sendo público e notório que o Sistema de Saúde se debate com gravíssimas e inegáveis dificuldades para pagar, a tempo e horas, aos fornecedores em geral, para além dos milhões em dívidas acumuladas, é óbvio que a prioridade não se encontra ao nível da aquisição de novos equipamentos, por mais louvável que seja a iniciativa em dotar o sistema público de meios que o tornem mais autónomo.

 A propósito de uma peça inserta na edição de hoje do DN-Madeira, o grupo parlamentar do PS assumiu o seguinte posicionamento:

1. O PS defende e disso bastas vezes tem dado nota, que a Saúde, sendo um direito de todos, tem de ser defendida através de um sistema público, devidamente organizado que possa responder, com eficiência e eficácia à procura. A disponibilização dos serviços (oferta) deverá, assim, estar adequada, de acordo com os princípios do rigor e da excelência. 
2. No entanto, por posições governativas alimentadas ao longo de muitos anos, não podemos ignorar uma capacidade técnico-científica instalada, a partir da qual foram subscritos protocolos de interesse bilateral. E nesta proximidade entre o sector público e o privado, no interesse dos utentes, muitos hipotecaram as suas vidas na criação de empresas e no investimento em equipamentos, responsabilizaram-se pela formação técnica dos seus quadros e garantem a presença de muitos colaboradores.
3. Num quadro destes, seria de elementar bom senso político ter presente a capacidade instalada na Região, a qualidade dos serviços prestados e as responsabilidades assumidas pelas empresas, em contraponto com qualquer investimento do sector público, mesmo com recurso a algum financiamento externo, em um momento de gravíssimas dificuldades na disponibilização dos recursos financeiros.
4. Existindo uma capacidade de resposta adequada às necessidades, no que concerne aos meios complementares de diagnóstico, e, por outro lado, sendo público e notório que o Sistema de Saúde se debate com gravíssimas e inegáveis dificuldades para pagar, a tempo e horas, aos fornecedores em geral, para além dos milhões em dívidas acumuladas, é óbvio que a prioridade não se encontra ao nível da aquisição de novos equipamentos, por mais louvável que seja a iniciativa em dotar o sistema público de meios que o tornem mais autónomo.
5. A opção de equipar o Serviço de Saúde da Região contrasta, assim, com uma situação claramente incentivada, da qual resultará danos irreparáveis para o sector privado e, naturalmente, para muitas dezenas de despedimentos dos colaboradores dessas empresas. Mais razoável teria sido, nos anos mais próximos, estabelecer novos protocolos de cooperação, sobretudo ao nível de preços, entre os dois sectores, com evidentes ganhos para ambos os sectores e sobretudo para o utente.
6. Acresce dizer que este era um dos temas que faziam parte de uma reunião que solicitámos à Administração do SESARAM, há mais de dois anos, e que sempre foi negada.
No âmbito das preocupações aqui enunciadas, o grupo parlamentar do PS-M irá solicitar a constituição de uma Comissão de Inquérito Parlamentar para, objectivamente, a situação ser clarificada na relação custo-benefício e no quadro multifactorial que ele próprio encerra.
Ilustração: Google Imagens.

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