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quinta-feira, 2 de junho de 2011

MADEIRA, MINHA QUÊ?


O problema é que se olha em redor e escutamos repetidores da voz do chefe, ninguém a questioná-lo sobre o significado de um referendo para determinar o caminho que a Madeira deve seguir, onde se junta o próprio Presidente da República, calado que nem um rato, quando deveria questionar a figura política em causa que é Conselheiro de Estado. Vê-se uma região à deriva, a acumular dívidas e pobreza e, concomitantemente, damos com um sepulcral silêncio de tantos madeirenses que deveriam fazer ouvir a sua voz (...)

Pela enésima vez oiço o ainda presidente do governo regional da Madeira falar de um referendo sobre o futuro da Madeira, certamente, no quadro da sua "independência". Apesar de hoje dizer uma coisa e amanhã outra, isto é, hoje transmitir a imagem de "Madeira Minha Pátria" e, amanhã, falar que somos tão portugueses quanto os restantes, a verdade é que, esta é a minha convicção política, ele alimenta aquele pensamento. Bom, adiante.
Ora, só domingo próximo se saberá quem liderará o país na legislatura que se segue. Os dados estão lançados, penso que, genericamente, a opinião dos portugueses está formada e, portanto, entre José Sócrates e Pedro Passos Coelho um deles será primeiro-ministro. Gostaria que a esquerda ganhasse, mas é possível que a direita vença. E nesta hipótese da direita regressar ao poder, ontem, o dr. Jardim, num comício realizado no Porto Santo, não perdeu tempo e já deu início à chantagem, repetitiva, é certo, mas que ainda colhe junto de muito boa gente que por lá anda, desde o Presidente da República a alguns partidos com assento parlamentar na República. Dominando ele os constrangimentos financeiros que, aliás, já são sentidos entre outros que vêm a caminho, os disparos políticos tiveram início e vão continuar, esteja quem estiver no governo após o dia 05 de Junho. Penso até, com maior intensidade em função das eleições regionais de Outubro.
O problema é que as pessoas continuam a engolir aquelas asneiradas discursivas. O problema é que se olha em redor e escutamos repetidores da voz do chefe, ninguém a questioná-lo sobre o significado de um referendo para determinar o caminho que a Madeira deve seguir, onde se junta o próprio Presidente da República, calado que nem um rato, quando deveria questionar a figura política em causa que é Conselheiro de Estado. Vê-se uma região à deriva, a acumular dívidas e pobreza e, concomitantemente, damos com um sepulcral silêncio de tantos madeirenses que deveriam fazer ouvir a sua voz, mas não, colocam-se a um canto, sobretudo no canto dos interesses pessoais, de grupo e de partido. Dir-se-á que o medo tomou conta desta gente. O caldinho tem de ser gerido com parcimónia, pois uma coisa é o desabafo (simpático) quando se cruzam comigo, outra a sua conduta em função da conjuntura. De alto a baixo, desde o mais alto Magistrado da Nação ao povo, é o exercício político da hipocrisia que campeia, que adormece e permite que uns quantos coloquem em causa o histórico portuguesismo da Madeira e do Porto Santo.
Há um défice de afirmação social, de contraponto, de dizer basta àquele que, sistematicamente, anda por aqui com lerias e lengalengas, provocando a confusão, quando se sabe que a existência das dificuldades na Região ficam a dever-se aos "negócios" ruinosos do governo, à inversão de prioridades, à incapacidade do sistema educativo que não formou nem forma cidadãos livres e disponíveis, enfim, dizer basta à política ao serviço da manutenção do poder. Espero que os próximos tempos sejam clarificadores. 
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

Anónimo disse...

Acho (infelizmente) que o regime só cai quando o povo ficar sem o pão nosso de cada dia. E e o "juízo final" já começou....

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Oxalá que caia sem sacrifícios, mas pela tomada de consciência das pessoas. Não gosta de ver as pessoas a sofrer. Já há muito sofrimento por aí. Mas compreendo a sua mensagem e o que ela significa.