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terça-feira, 21 de junho de 2011

UMA DERROTA POLÍTICA DE AJJ


Logo que viu a impossibilidade do Dr. Fernando Nobre, apressou-se a indicar o nome do Dr. Guilherme Silva, com um pressuposto que não lembraria ao diabo: as vitórias do PSD na Madeira. Não colocou em cima da mesa um eventual prestígio da figura em questão, as suas eventuais qualidades, o seu passado, a sua eventual credibilidade e aceitação entre os seus pares, não, o pressuposto fundamental baseou-se nas vitórias do PSD da Madeira. Deveria ter estado calado, preferiu falar e perdeu.

A Deputada Assunção Esteves, ex-juíza do Tribunal Constitucional e ex-eurodeputada, foi eleita  presidente da Assembleia da República.
Maria Assunção Andrade Esteves tem 54 anos e foi eleita deputada pela primeira vez em 1987, pelo círculo de Vila Real, na primeira maioria absoluta do PSD, durante a liderança de Cavaco Silva. É a primeira mulher a presidir à Assembleia da República.
Não vou aqui comentar, em pormenor, a proposta do Presidente do PSD, Dr. Passos Coelho, relativamente à indigitação do Dr. Fernando Nobre. Considerei de um lado e do outro uma imprudência política total. Mas sempre adianto que se um quis aproveitar o meio milhão de votos que Nobre trazia da campanha para a Presidência da República, o outro, a possibilidade de, através da Assembleia da República, alavancar a sua imagem de independente para uma próxima candidatura à Presidência da República, já que Cavaco Silva não poderá continuar. Mas isso, enfim, são as minhas deduções, outras existirão, naturalmente.
Mas quero comentar a derrota clara do Dr. Alberto João Jardim neste processo. Logo que viu a impossibilidade do Dr. Fernando Nobre, apressou-se a indicar o nome do Dr. Guilherme Silva, com um pressuposto que não lembraria ao diabo: as vitórias do PSD na Madeira. Não colocou em cima da mesa um eventual prestígio da figura em questão, as suas eventuais qualidades, o seu passado, a sua eventual credibilidade e aceitação entre os seus pares, não, o pressuposto fundamental baseou-se nas vitórias do PSD da Madeira. Deveria ter estado calado, preferiu falar e perdeu.
Ora, o significado político desta situação é que o Dr. Passos Coelho parece ligar pouco ao Dr. Jardim. Aliás, tome-se em consideração o que ele assumiu no congresso do PSD-Madeira, para facilmente se perceber que, doravante, pelo menos até Outubro, o Dr. Jardim não vai ter a vida facilitada. Quem, de facto,  lhe facilitou a vida de governante foi o Engº António Guterres que autorizou o pagamento de 110 milhões de contos da dívida da Madeira (final da década de 90) e, nos últimos anos, o Engº José Sócrates com a Lei de Meios, qual balão de oxigénio em função dos constrangimentos financeiros. 
Ora, a leitura política que neste momento faço é que, apesar das críticas e das continuadas ofensas, o Dr. Jardim sempre gostou de ter os socialistas na República. Cavaco Silva, por exemplo foi odiado durante dez longos anos. Todos nos lembramos da história do Sr. Silva e, já agora, do endividamento zero imposto pela Drª Manuela Ferreira Leite! São marcos que a História do processo não apagará. E não deixa de ser curioso o facto, entre outras razões (apagar o CDS/PP da cena política local) que o Dr. Jardim tivesse assumido que gostaria de ter no Governo da República uma coligação PSD/PS. Ele lá saberá porquê.
Ilustração: Google Imagens.

4 comentários:

Anónimo disse...

Senhor Professor,

Ouvi manifestamente incrédulo, eriçado quanto baste, as loas loucas do seu correligionário Rui Caetano ao deputado Guilherme Silva.
Tinha em (alguma) boa conta Rui Caetano, todavia acho que o político (professor, director ou errante?)ensandeceu: é de opinião que Guilherme Silva, ilhéu, deveria ter sido eleito presidente da A.R. em detrimento da Dra Assunção!.... Como é que é possível ouvir-se da sua boca tamanha aberração??!!! ....
Guilherme Silva, um homem vil, perigoso, mundano, sustentáculo deste regime opressor que nos governa há tantos anos, deveria ser a 2.ª figura do Estado Português aos olhos do bem intencionado R. Caetano!!
Diga-me, Senhor Professor, o seu colega é um desajustado escondido ou apenas um eterno bom rapaz?....
Tenho verdadeira curiosidade!
Um abraço.
V.D´A.

Espaço do João disse...

Meu Caro André .
A derrota de Fernando Nobre para as presidenciais bem como para a presidência da Assembleia, fez-me lembrar O RDM ( regulamento de disciplina militar) elaborado pelo Conde de Lype. Num dos seus artigos dizia que o 1º sargento da companhia devia saber ler escrever e contar, visto o seu comandante como oficial, ser "nobre" e não saber.Pelos vistos este Sr. Nobre possivelmente não soube ler que o povo e os seus correlegionários leram de antemão que estavam frente a um embuste.
É a vida... Como dizia o Engº Guterres.
Um abraço.
João

André Escórcio disse...

Obrigado pelos vossos comentários.

Fernando Vouga disse...

Caro amigo

Se a ideia de Passos Coelho foi a de acabar com Fernando Nobre, temos de reconhecer que foi um golpe de mestre!
Csdo contrário...