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segunda-feira, 18 de julho de 2011

IMORAL, TOTALMENTE IMORAL


Ora bem, o distinto Senhor da Comissão Nacional de Eleições, afinal, é do PSD ou o regulador de um acto eleitoral sem mancha? Qual a sua função? É a de organizar e velar pelo cumprimento das regras democráticas, ou influenciar a população? Onde estão o equilíbrio e o distanciamento político-partidário? Ou estará também com medo do Dr. Jardim que não o quis receber e ali foi, subtilmente, dizer que também tem opção política, apesar de ter sido indicado para aquele lugar pelo PS Nacional? Todas as leituras são possíveis.

Não me aquece nem me arrefece, mas porque tenho direitos que, em circunstância alguma abdico, ontem, no final de mais uma jornada de trabalho, segui o telejornal. E a propósito da "Mostra da Banana", realizada na Madalena do Mar, segui o espectáculo do Dr. Jardim frente a umas centenas de pessoas. De banana falou muito pouco ou nada (não dei por isso), mas o comício político foi concretizado em pleno. Falou do hospital, ofendeu o candidato do PS à Presidência do Governo,  o Dr. Maximiano Martins, imiscui-se na vida interna do PS, deu "pancada" no Diário de Notícias, eu sei lá, entre aquilo e o que costuma ser o Chão da Lagoa, a diferença foi mínima. Um palco pago por todos os madeirenses e porto-santenses serviu, uma vez mais, para o habitual comício político-partidário. É assim quase todos os fins-de-semana. Isto é imoral, totalmente imoral. Desde logo porque continua a estabelecer-se uma grande promiscuidade entre o que é governo e o que é partido. Não se sabe onde termina um e começa o outro. Depois, a indignidade que consubstancia a utilização dos meios públicos para o exercício da propaganda, quando se sabe que os visados não podem fazer qualquer contraponto. Uma vergonha. E chamam a isto Democracia.
No mesmo telejornal, um Senhor da Comissão Nacional de Eleições, convidado em estúdio, à pergunta do jornalista sobre o que esperava das próximas eleições (ficou claro que o jornalista, e bem, referia-se à (a)normalidade do acto eleitoral), o tal Senhor resvalou e, lamentavelmente, deixou transparecer o seu posicionamento: "(...) no arquipélago da Madeira nós temos uma história de mais de 30 aqnos de resultados eleitorais. Espera-se a repetição. O povo é o mesmo, as opções do povo (...) não aconteceu nenhuma hecatombe que justifique uma alteração da motivação dos eleitores (...) o que é natural que aconteça é a repetição. Os eleitores sabem o que têm votado há mais de trinta anos, naturalmente vão repetir". Ora bem, o distinto Senhor da Comissão Nacional de Eleições, afinal, é do PSD ou o regulador de um acto eleitoral sem mancha? Qual a sua função? É a de organizar e velar pelo cumprimento das regras democráticas, ou influenciar a população? Onde estão o equilíbrio e o distanciamento político-partidário? Ou estará também com medo do Dr. Jardim que não o quis receber e ali foi, subtilmente, dizer que também tem opção política, passar a mão pelo pêlo do Dr. Jardim, apesar de ter sido indicado para aquele lugar pelo PS Nacional? Todas as leituras são possíveis. De uma coisa estou certo, a mesma figura muitos anos no mesmo lugar, acaba por ser contraproducente à democracia. 
Não é que seja desesperante, mas nesta terra é preciso ter uma couraça política muito resistente para suportar tudo o que se passa, escuta e vê. Lamentavelmente.
NOTA:
Naquela reportagem da RTP-M assisti a um pormenor politicamente degradante. De cima do palco, o "chefe", face a um homem do público, certamente com uns copos a mais, olhou em volta e disse: "senhores da polícia, façam o favor, tirem esse indivíduo daí que está bêbado. Ponha-se a andar. Estas coisas resolvem-se logo". Poderia ter solicitado a um seu assessor para, discretamente, resolver a "situação" de alguma perturbação, mas preferiu o espectáculo, de cima do palco, com aquele jeitinho ditatorial. É que para muita gente, aquilo funciona... é o medo que sobressai!
Ilustração: Google Imagens.

3 comentários:

Espaço do João disse...

Meu Caro André

Realmente são pessoas desta indole que deviam viver no meio da selva e, a comer bananas...
O que mais me espanta e preocupa, é ver um povo tão submisso que outrora deu passos de gigante, curvar-se de tal forma a tão vil mensageiro.
Quando todos os madeirenses conhecem esse ser tão imbecil que está sempre metido nos copos proferir tamanha verborreia, não sei até que ponto vão superar.
Um abraço e, boa semana

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Isto terá um fim, espero!

Anónimo disse...

Por acaso o senhor da CNE não é do PSD e é advogado do Armando Vara...Enfim uma resposta daquelas denuncia intimidação...Até a CNE...