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terça-feira, 16 de agosto de 2011

DOIS DEBATES COM NOVE CANDIDATOS? NÃO BRINQUEM COM COISAS MUITO SÉRIAS!


Desde logo tenho alguma dificuldade em perceber como é que os responsáveis pelo "serviço público", incluindo o presidente da Conselho de Administração, em Lisboa, admitem uma configuração destas? Nove, para já, sentados à mesma mesa, durante 90 minutos. Isto significa que retirando cerca de nove minutos (no mínimo) na formulação das questões, texto de início e encerramento do programa por parte do(s) jornalista(s), restarão 81 minutos que, a dividir pelos nove candidatos, significará cerca de nove minutos a cada um para respostas. E sublinho, para respostas, não para debate. A ideia que passa é a de "todos ao molho...". Pergunto: a quem serve isto?


Leio, no DN-Madeira, que a predisposição da televisão pública na Região Autónoma da Madeira é a de realizar dois debates com nove candidatos, em simultâneo, e mais uma entrevista individual, certamente, integrada no telejornal. Para já apetece-me dizer para não brincarem com coisas que são muito sérias. E digo isto porque não há um mínimo de seriedade na proposta que veio a público. Qualquer acto eleitoral com esta importância dispensa entrevistas a solo. Essas fazem-se ao longo de quatro anos. O que a Região precisa é de confrontar projectos políticos, olhos nos olhos, cara na cara. É assim que se faz na República, na Europa, nos Estados Unidos, por todo o mundo civilizado e democrático, porque é por aí que se pode esclarecer os eleitores.
Desde logo tenho alguma dificuldade em perceber como é que os responsáveis pelo "serviço público", incluindo o presidente da Conselho de Administração, em Lisboa, admitem uma configuração destas? Nove, para já, sentados à mesma mesa, durante 90 minutos. Isto significa que retirando cerca de nove minutos (no mínimo) na formulação das questões, texto de início e encerramento do programa por parte do(s) jornalista(s), restarão 81 minutos que, a dividir pelos nove candidatos, significará cerca de nove minutos a cada um para respostas. E sublinho, para respostas, não para debate. A ideia que passa é a de "todos ao molho...". Pergunto: a quem serve isto? Aos madeirenses certamente que não. Serve a quem, porventura, não venha a participar, concretamente, o cabeça de lista do PSD. Após o pseudo-debate, certamente que dirá, estão a ver, aquela confusão, aquela peixeirada?
Ora, como só acredito no pai Natal, apenas, no campo ternurento da época e na Mensagem de solidariedade, aquele quadro traçado pela RTP-Madeira parece-me feito à medida dos interesses do PSD-M. Não há outra leitura possível. Basta compará-lo com a proposta que será levada por diante pelo DIÁRIO/TSF, baseada em dez debates, em grupos rotativos de quatro candidaturas, sobre os mais variados temas, garantindo cerca de 75' a cada candidatura (cinco debates). E há outros formatos possíveis que, respeitando todas as candidaturas presentes, que devem estar em igualdade, coloque ali, frente a frente, pelo menos uma vez, os dois principais concorrentes. Agora, juntar nove à mesma mesa? Só podem estar a brincar com uma situação muito séria, muito complexa e que denuncia ser um favorecimento a uma candidatura. O resto é areia para os olhos...
Ilustração: Google Imagens.

3 comentários:

António Trancoso disse...

Meu Caro André Escórcio
De facto, a moldura "arquitectada" pela "sua"(dele)RTP-M para um debate a 9, só pode resultar numa enorme confusão cacofónica,com benefício, evidente e imediato, para o resguardo covarde de quem nele não participe.
Nesses moldes,alinhar, num "cozinhado" desses, é pura ingenuidade!
Mas, porque não dar-lhes a volta?...
Porque não,acertarem,e organizarem, as Forças da Oposição,Intervenções Sectoriais(sorteadas entre si) - atirando às malvas os temas propostos pelo "jornalista moderador" - que,confrontando o "corajoso" Ausente com a sua desastrosa actuação,apresentem as soluções inovadoras ou de remedeio do mal-feito?
Será,assim tão difícil!?!
Ou será que o mero e mesquinho interesse partidário invalida o combate ao descalabro que se propõe desgovernar-nos ad aeternum?
É bom recordar que, os cidadãos,começam a estar fartos dos malabarismos dos joguinhos de poder;desejam e querem,acima de tudo,SERIEDADE.
Um abraço.

Fernando Vouga disse...

Caro amigo

A proposta da RTP é pura e simplesmente inaceitável. A realizar-se, será uma "enorme confusão cacofónica", como diz António Trancoso.
Participar nessa palhaçada será desprestigiante, pelo que só vejo uma solução: recusar o convite.

André Escórcio disse...

Obrigado pelos vossos comentários. É de facto uma palhaçada.