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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A PREPOTÊNCIA E A MÁ EDUCAÇÃO TÊM DE ACABAR


A Assembleia existe para isto, para não debater, para não funcionar. É a este nível que a Assembleia está. Entregue a um grupo de prepotentes que conduzem a actividade política de acordo com as características que emanam do "chefe" da tribo. É mau demais para ser verdadeiro. É reles, baixo, não têm nível estas atitudes de quem tem uma maioria sufocante. Deveriam realizar um estágio na Assembleia da República ou, então, na Região Autónoma dos Açores para aprenderem como é que maioria e minorias desempenham as suas tarefas, como debatem e como redigem os pareceres.



Hoje vivi uma situação inaudita. Acredite o leitor que é se torna desesperante, sobretudo porque as atitudes grotescas provêm dos mais novos o que não indicia nada de bom para o futuro próximo. E neste aspecto penso que só há uma maneira de resolver a situação: é o povo, com a arma do voto, colocar esta gente no sítio de onde nunca deveriam ter saído. O exercício da política, de resto, constitui uma missão muito séria que não pode estar sujeita a atitudes agarotadas e de clara prepotência. Vamos ao facto, mais um.
Na Sexta-feira passada tomei conhecimento de uma reunião da 1ª Comissão da Assembleia Legislativa da Madeira (Comissão de Política Geral e Juventude) a realizar-se na última Terça-feira às 15:00 horas. Compareci na reunião agendada para ontem liderada por uma jovem deputada do PSD em substituição do Deputado Coito Pita. Porque se tratava da elaboração de pedidos de parecer sobre três importantes diplomas da República (Projecto de Lei sobre o Regime Jurídico das Incompatibilidades e Impedimentos dos Titulares de Cargos Públicos, Projecto de Lei sobre o Estatuto dos Deputados e Lei Orgânica do Regime do Referendo Regional) e porque entendi serem três documentos que mereciam, obrigatoriamente, cuidada análise, solicitei o adiamento da referida discussão por 24 horas, uma vez que tinha pedido à Direcção do Partido Socialista que se pronunciasse sobre estas matérias. Entendi ser esse o meu dever porque os Deputados dependem das decisões da Comissão Política. Pelo menos no PS é assim.
A muito custo (só estava eu e essa senhora deputada) lá considerou adiar a reunião para esta manhã, às 11:00 horas. Por motivos de uma outra reunião, atrasei-me e entrei na sala às 11:03 H. Então não é que a essa hora, a dita já tinha despachado os primeiros dois pontos! Ainda teci considerações sobre o regime do referendo, pensando eu, que por aí tinham iniciado a reunião. Mas não. Numa reunião a três (eu, o Senhor Deputado Leonel Nunes (PCP) e a senhora deputada do PSD, esta no exercício da presidência) tudo ficou resolvido em escassos cinco minutos: chumbo, sem debate, aos três diplomas, com um parecer "pré-cozinhado" onde apenas constou o sentido de voto. O Deputado do CDS/PP que se atrasou escassos cinco minutos, esse nem teve tempo para transmitir o seu posicionamento sobre as citadas matérias. Concluo: a Assembleia existe para isto, para não debater, para não funcionar.
É a este nível que a Assembleia está. Entregue a um grupo de prepotentes que conduzem a actividade política de acordo com as características que emanam do "chefe" da tribo. É mau demais para ser verdadeiro. É reles, baixo, não têm nível estas atitudes de quem tem uma maioria sufocante. Deveriam realizar um estágio na Assembleia da República ou, então, na Região Autónoma dos Açores para aprenderem como é que maioria e minorias desempenham as suas tarefas, como debatem e como redigem os pareceres. Está na Hora de colocar esta gente, repito, no sítio de onde nunca deveriam ter saído, simplesmente porque a Democracia tem regras e, mais do que isso, no exercício da política exige-se EDUCAÇÃO.
Ilustração: Google Imagens.

5 comentários:

Anónimo disse...

3 minutos, 5 minutos de atraso...
até quando devia a comissão esperar?

António Trancoso disse...

Meu Caro André Escórcio
Entre um Democrata e um ditador há quem estabeleça a comparação entre uma Águia e um pavão.
A Águia,elevando-se às alturas, faz-se acompanhar por congéneres suas,capazes de uma intrínseca visão, panoramicamente, alargada;
o pavão, "voando" baixinho,deslumbrado com o próprio exibicionismo da sua plumagem posterior,não faz reparo, nem atenta, aos abutres que o possam rodear... na condição de,incondicionalmente, aplaudirem o seu "único esplendor". E,não faltam,galinhas,patos marrecos,perdizes e, até, perdigotos, basbaques,curtos de vista,que engrossem as fileiras do deslumbramento rasteiro...
À Autoridade,legitimamente consentida,da Águia,contrapõe-se o Poder - em "democracia" - psicologicamente imposto,do pavão e do seu rapinante,e repugnante,séquito.
Terá,isto,alguma coisa a ver com alguma realidade?...

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Dois aspectos: primeiro, ainda há poucas semanas, por umas três vezes, na Comissão de Assuntos Sociais, aguardei pelos Deputados do PSD, cerca de 15'.
Por outro lado, até na escola, com humor digo, o toque de "feriado" toca (tocava) 5' depois.
Meu Caro(a)trata-se de um problema de educação. E essa só pode dar quem a tem.

Anónimo disse...

Senhor Professor,

...Perdoe-se-lhe a intransigência com que nos flagela ante a graça que se nos oferece:a sensualidade campestre de uma dona de casa!

V.D´A.
(não levo a mal não publicar)

jorge figueira disse...

Ofereça-se à Dignª.Srª. Deputada o livro "A Festa do Chibo". S. Exª aperceber-se-á de que comportamentos daqueles fizeram furor na América Central nos anos 50 do séc. passado.
O tempo de espera pode ser superior a 30 anos...mas chega um dia. Pode crer Sr. Anónimo