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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"MAIS BURACOS QUE UM QUEIJO SUIÇO"

 
 
A solução? Isso não interessa, o importante é mais uma vez a espetada e vinho seco para animar os jantares-comício da campanha. O triste é o povo achar mesmo que essas e outras ‘patuscadas’, marca desta governação esburacada de dívidas e ideias, são mesmo de borla.

Li o artigo de opinião da Jornalista Sandra Cardoso. Aqui fica para reflexão.
"Não é surpresa para ninguém que a Madeira tem mais buracos que um queijo suíço e não falo só da opção governativa de construir túneis atrás de túneis ilha fora.
Se alguém esboça o mais leve sinal de surpresa, no Funchal ou em Lisboa, pelo endividamento da Região, que se vai conhecendo buraco a buraco até à cratera final, ou é desatento ou sonso.
Na Madeira, tirando alguns gritos desesperados, às vezes histéricos, mas inconsequentes da oposição sobre a matéria, olhou-se para o lado. Um faz de conta mudo, que empurrou as contas para debaixo do tapete anos a fio. Os cidadãos nunca viram a dívida pública como sua, até agora, que vão ser chamados a pagar os elefantes brancos de mais de 30 anos de poder absoluto. Ninguém sabe ainda quanto vai custar, mas, a avaliar pela receita da ‘troika’ por onde tem passado, será a doer. E o que até então foi indiferença, será agora penitência.
E no continente, também sempre se soube, mas nunca ninguém do poder, entenda-se, quis afrontar os tão apregoados direitos autonómicos, uma importante conquista de Abril, que agora cai de cócoras e de mão estendida a pedir ao país e às instâncias internacionais uns trocos avultados para endireitar o que sempre nasceu torto.
O silêncio de Presidentes da República, anos a fio, não foram só indiferença com este pedaço do território, mas cumplicidade. Quanto aos Governos da República, o mais que se conseguiu foi limitar, tarde e mal como se viu, o endividamento das Regiões.
Mas apesar de ser agora o próprio ministro PSD a dizer que a situação é de “crise e insustentável”, por cá disfarçam-se os buracos com devaneios absurdos e bodes expiatórios inacreditáveis. Já nem por fora a maçã podre parece viçosa e ainda assim insiste-se e empurra-se para depois de 9 de Outubro.
A solução? Isso não interessa, o importante é mais uma vez a espetada e vinho seco para animar os jantares-comício da campanha. O triste é o povo achar mesmo que essas e outras ‘patuscadas’, marca desta governação esburacada de dívidas e ideias, são mesmo de borla.
Há quem diga que possa ser heróica a missão de Alberto João Jardim, que tenta agora organizar o que durante anos deixou abandalhar. Mas até que ele prove o que vai fazer diferente, estamos conversados, e o estoicismo mais parece egoísmo de quem não sabe reconhecer que perdeu, mesmo que ganhe nas urnas".
Ilustração: Google Imagens.

1 comentário:

Espaço do João disse...

Meu Caro André.
Como é do seu conhecimento, a minha ausência da Madeira fez-se há longos anos.No entanto, a minha ansiedade é grande como também a esperança de ver a minha terra liberta de ditadores.
Causa-me espanto verificar que até os correlegionários do PPD/PSD verifiquem o buraco onde meteram a Madeira.Ainda assim o povo superior ainda vai em festas com vinho seco? Quando será que se mete na cabeça dessa gente que esse AJJ só está a afundar cada vez mais não só a Madeira como o próprio país? Não é tempo de reflectirem? Nem mesmo depois desse cavalheiro ter assumido que propositou tamanha derrapagem? Será que são tão ileteratos?
Vamos pôr esse senhor no único lugar disponível, ( as desertas ).
Um abraço solidário
João.