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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O JORNAL DA MADEIRA, O COMANDANTE DA POLÍCIA E O SENHOR REPRESENTANTE


E pasmo perante o silêncio cúmplice do Representante da República que deveria, de imediato, abrir as portas ao diálogo quando uma delegação da candidatura do Dr. Maximiano Martins o procurou. Mas, não, mandou dizer que estava numa reunião. Reunião com quem? Ao telefone com o Presidente da República? Despreza, põe de lado, o principal partido da oposição, numa situação de clara emergência política? Afinal, para que serve o cargo de Representante do Presidente da República? E o Senhor Comandante da Polícia, quando o Dr. Maximiano Martins chegou ao Jornal da Madeira, numa tentativa de diálogo, que razões o levou a mandar fechar as portas que conduziam ao diálogo? Saberá o Senhor Comandante da Polícia que estava em presença, também, de Deputados da Assembleia Legislativa da Madeira?


Preocupa qualquer democrata a situação vivida no Jornal da Madeira. Simplesmente porque aquela situação evidencia a ponta do icebergue de tantas outras que constituem claros constrangimentos que, aos poucos, estão a gerar tensões muito graves. Parece-me óbvio que isto não acaba bem. Tarde ou cedo, de pedra em pedra, de palavra em palavra, de cumplicidade em cumplicidade, de silêncio covarde em silêncio covarde, qualquer pessoa perceberá que isto não acabará bem, independentemente do resultado das eleições. O jardinismo está em queda. Parece-me inevitável. 
O Jornal é apenas uma questão emblemática porque constitui uma extensão do poder, porque "pertence" à Diocese com toda a importância que ela tem na Região, porque leva do erário público quatro milhões anuais, porque distribui, todos os dias, 20.000 exemplares de borla visando a propaganda do jardinismo. É politicamente emblemático, por isso mesmo. Mas esta situação criada pelo PND pode, a qualquer momento, multiplicar-se. E pasmo perante o silêncio cúmplice do Representante da República que deveria, de imediato, abrir as portas ao diálogo quando uma delegação da candidatura do Dr. Maximiano Martins o procurou. Mas, não, mandou dizer que estava numa reunião. Reunião com quem? Ao telefone com o Presidente da República? Despreza, põe de lado, o principal partido da oposição, numa situação de clara emergência política? Afinal, para que serve o cargo de Representante do Presidente da República? E o Senhor Comandante da Polícia, quando o Dr. Maximiano Martins chegou ao Jornal da Madeira, numa tentativa de diálogo, que razões o levou a mandar fechar as portas que conduziam ao diálogo? Saberá o Senhor Comandante da Polícia que estava em presença, também, de Deputados da Assembleia Legislativa da Madeira? E que, independentemente desse aspecto, o que estava em jogo era o diálogo construtivo, preparado, no sentido de resolver um problema? Mais, ainda, e o Senhor Bispo D. António Carrilho, cuja Diocese é a proprietária do edifício Jornal da Madeira, o que fez até este momento? Será que o silêncio ajuda alguma coisa?
Meus caros leitores, não são minimamente aceitáveis estes cordões umbilicais de interesses, estes silêncios, este sistemático olhar para o lado como se nada estivesse a acontecer, esta demissão dos órgãos de soberania, esta ausência de quem tem o dever de garantir o regular funcionamento das instituições e que se mantém distante, como se os madeirenses não fossem portugueses. Inacreditável.
Mas, amanhã, é outro dia e admito que esta situação não fique por aqui.
Ilustração: Google Imagens.    

2 comentários:

Espaço do João disse...

Eu não tenho qualquer dúvida que o representante da república na Madeira é somente mais uma flor numa jarra.
Eu, simples leigo na matéria, pergunto:- Qual o papel desempenhado pelo senhor?
Mais um sorvedouro de dinheiros públicos?
Onde andará quando é preciso a sua comparência?
Será necessário cada região do continente ter um representante da república?
Que benefícios dá esse senhor à região?
Por aqui se vê o comportamento do sr. AJJ para com os dignitários da nação.
Acabe-se duma vez por todas esse cargo.

António Trancoso disse...

Caro André Escórcio
Não gostei,nem gosto,que, o Representante da "rainha de Inglaterra",se escuse à recepção de qualquer Força Partidária,designadamente em situações de necessidade cívica.
Mas,também,não gostei,nem gosto - é mau sintoma - que, o 1º Candidato da lista do PS-M às próximas eleições regionais, se assuma como LÍDER da OPOSIÇÃO.
Quando muito, sê-lo-á, do - até ao passado recente - maior Partido oposicionista(se é que houve alteração na sua Direcção...).
Julgo ser necessário o rigor democrático, na sua plenitude; como diz o Dr.Jaime Ramos,de Coimbra(não confundir com um qualquer troglodita...):"Não basta mudar as moscas...". Disso,já temos que baste!
Um abraço.