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sábado, 24 de setembro de 2011

UMA TELEVISÃO SEM RIGOR


Aquele formato equivaleu a entrevistas individuais mas com a presença de todos. Os jornalistas cumpriram o seu papel e melhor não poderiam ter feito. Colocaram as questões e ponto final. Não era possível fazer melhor com aquele formato, repito. Culpo, isso sim, uma televisão pública, com falta de rigor e que ali demonstrou incapacidade para perceber a importância de debates, a dois ou a três, que há muito deveriam ter começado, para total esclarecimento da população. Neste quadro, é meu entendimento que o "serviço público" fez mais um favor ao PSD-Madeira.


Ontem segui, na RTP-Madeira, o pseudo-debate entre candidatos às próximas eleições legislativas regionais. Cerca de 131' de televisão, com oito candidatos ali sentados. Estava a ver a hora em que alguém se levantava para ir à casa de banho. Duas horas e onze minutos, isto é, tudo quanto contraria uma emissão de televisão. E depois, tudo aquilo não passou de uma entrevista a oito. Uma pergunta para oito, em uma ronda sempre para cima de 15'. Debate, por isso, não aconteceu. Aquele formato equivaleu a entrevistas individuais mas com a presença de todos. Os jornalistas cumpriram o seu papel e melhor não poderiam ter feito. Colocaram as questões e ponto final. Não era possível fazer melhor com aquele formato, repito. Culpo, isso sim, uma televisão pública, com falta de rigor e que ali demonstrou incapacidade para perceber a importância de debates, a dois ou a três, que há muito deveriam ter começado, para total esclarecimento da população. Neste quadro, é meu entendimento que o "serviço público" fez mais um favor ao PSD-Madeira. E a televisão teve sorte, porque o desastroso espectáculo dado por Jardim na véspera, fez com que todos os participantes ali estivessem com elevação, para além de um ou outro comentário absolutamente desagradável. Poderia ter resvalado para uma peixeirada, mas houve contenção. Valha-nos isso.
E mais, um Telejornal com quase 50' seguido daquele, permitam-me o termo, "enchido" torna-se desesperante. Gostaria que tivessem medido o nível de audiência e onde é que os espectadores estavam a sintonizar àquele hora. O drama disto é que, no dia 06 de Outubro, a cena volta a se repetir.
Ilustração: Google Imagens     

6 comentários:

Espaço do João disse...

Afinal qual é o entendimento dos madeirenses em relação à RTP//M ? Conseguem elucidar os madeirenses? Espero que dentro em pouco não se queixem de só haver uma ou duas horas de emissão por dia. Há os diversos canais generalistas, nada justifica, creio eu essa estação. Aliás segundo creio, é somente mais um sorvedouro de dinheiros públicos, já que nós aqui no continente raros são os que têm hipóteses de ver a RTP/M .

Fernando Vouga disse...

Caro amigo André Escócio

Eu avisei!...

Continuo a pensar que o melhor seria ninguém aparecer.

António Trancoso disse...

Meu Caro Amigo
Aquele "debate" de Debate pouco ou quase nada teve. Tratou-se,isso sim, de uma entrevista colectiva,isto é,todos ao molho e fé em Deus.
Direito a uma entrevista individual teve um único dos candidatos às eleições de 9 de Outubro!
Pergunta-se: por onde andam os responsáveis pelo normal,regular e democrático funcionamento das Instituições!?!
Bem...um deles andava,deliciado,a admirar o sorriso das vacas,lá pelos Açores...

André Escórcio disse...

Obrigado pelo comentários.
"Lá vamos, cantando e rindo, levados, levados (...)" e de que maneira, digo eu!
Lembra-se da cantilena?

cubana da madeira disse...

não há canal publico regional, há sim uma tv comunitária onde amadores andam a brincar de fazer tv com directores e chefia em geral a ganhar milhares de euros para coçar tomates e andar no Facebook e quando aparece gente "competente" com muito mais capacidade que os mesmos, ficam amoados...alguém tem acompanhado a programação de hoje? é falhas e erros atrás de erros, coisa que se estivesse na mão de estagiários com certeza sairia melhor...

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Sempre defendi que a comunicação social deve ser gerida de dentro para fora, com rigor e muita competência. Só que não é, infelizmente. É gerida de fora para dentro e com muitas pressões. E aí não pode haver nem rigor, nem competência. Gerir uma televisão não é a mesma coisa que gerir um aviário, um bar, etc.. Exige-se passado, experiência e competência. Ora, as pessoas que têm esse conjunto de atributos normalmente são afastadas e, por isso, tendencialmente, as situações resvalam para o pior. Tenho pena.