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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

DESABAFO... EU VOTARIA CONTRA


Somos governados por gente que mente de manhã, à tarde e à noite. Na Europa distante, no País a que pertencemos e, por aqui, nem se fala. Gente medíocre que almeja o poder pelo poder sem um mínimo de humanidade por quem pouco ou nada tem. Trituram com palavras e passam o ferro nivelador, o cilindro, por cima de todos como se não houvesse deveres dos que governam e direitos entre os governados. Sou do tempo que um tostão de aumento no milho dava muita chatice. Agora, roubam de forma descarada e protegem quem entendem dever proteger, em horário nobre aparecem na televisão com um ar piedoso,  pensando que enganam todos ao mesmo tempo. Não, não enganam, há gente, muita gente de olhos abertos, que acompanha os processos e que se vai bater contra esta direita política avassaladora, inconsciente e impiedosa, que de todos quer fazer escravos para que alguns possam permanecer na ostentação, esquecendo-se que o seu bem-estar depende, em muito, do bem-estar mínimo de todos os outros.


 
Tenho lido, de fio a pavio, a comunicação social e escutado os comentadores da direita à esquerda política e concluo: se lá estivesse, na Assembleia da República, em nome do povo e na plena consciência do acto político e de todas as consequências, inclusive, o chumbo, votaria contra este Orçamento de Estado para 2012.
Da mesma forma que, por aqui, há muitos anos, combato uma maioria absoluta que a entende como poder absoluto, também agora, face às circunstâncias, não só pela Madeira mas pelo País, o meu voto seria contra este OE. Nunca vi, ao longo de tantos anos que levo, um ataque tão baixo e miserável aos trabalhores portugueses. O que leio só me traz à memória a conhecida história do homem que começou a tirar, aos poucos, a palha ao burro e um dia disse: quando estava a habituar-se, morreu. É isso que estão a fazer ao nosso Povo. Estão a esmifrá-lo, a meter descaradamente a mão no bolso e a roubá-lo, tudo de uma forma esquisita, mal explicada e mal intencionada. Isto acontece porque deixámos de ter líderes para termos chefes de governo às ordens do deus mercado; deixámos de ter estadistas para termos políticos que embrulham a populaça através da dramatização e do seu estado de ignorância. Temo, apenas porque sou um cidadão de paz, que o dia 15 de Outubro tenha sido o começo de uma grande rebelião contra esta Europa de enganos, de interesses menores e de malfeitores. Comungo da opinião do sociólogo Boaventura Sousa Santos que escreve, esta semana, na revista Visão: "(...) Está em curso um processo de subdesenvolvimento do País (...) Imaginemos que a redução de 15% do rendimento aplicada aos funcionários públicos, por via do corte nos subsídios de Natal  e de férias, era aplicada às grandes fortunas, a Américo Amorim, Alexandre Soares Santos, Belmiro de Azevedo, famílias Mello, etc. Recolher-se-ia muito mais dinheiro e afetar-se-ia imensamente menos o bem-estar dos portugueses (...) Que democracia é esta que transforma um ato de rendição numa afirmação dramática de coragem em nome do bem comum?". E mais adiante: "Perguntam-se muitos cidadãos: as medidas de austeridade vão dar resultado e ver a luz ao fundo do túnel daqui a dois anos? Suspeitam que não, porque, para além de irem conhecendo a tragédia grega, vão sabendo que as receitas do FMI, agora adotadas pela UE, não deram resultado em nenhum país onde foram aplicadas - do México à Tanzânia, da Indonésia à Argentina, do Brasil ao Equador - terminaram sempre em desobediência e desastre social e económico, Quanto mais cedo a desobediência menor o desastre".
Somos governados por gente que mente de manhã, à tarde e à noite. Na Europa distante, no País a que pertencemos e, por aqui, nem se fala. Gente medíocre que almeja o poder pelo poder sem um mínimo de humanidade por quem pouco ou nada tem. Trituram com palavras e passam o ferro nivelador, o cilindro, por cima de todos como se não houvesse deveres dos que governam e direitos entre os governados. Sou do tempo que um tostão de aumento no milho dava muita chatice. Agora, roubam de forma descarada e protegem quem entendem dever proteger e, com uma distinta lata, em horário nobre, aparecem na televisão com um ar piedoso pensando que enganam todos ao mesmo tempo. Não, não enganam, há gente, muita gente de olhos abertos, que acompanha os processos e que se vai bater contra esta direita política avassaladora, inconsciente e impiedosa, que de todos quer fazer escravos para que alguns possam permanecer na ostentação, esquecendo-se que o seu bem-estar depende, em muito, do bem-estar mínimo de todos os outros.
E o pior de tudo isto está para chegar. Os madeirenses vão sofrer as consequências de quem nos conduziu a este estado de perda quase total da Autonomia. Se o País está com uma mão estendida, a Madeira está com as duas! Sobre uma população pobre e dependente, com toda a certeza e infelizmente, irão recair sérios constrangimentos que têm origem na tresloucada política de trinta anos levada a cabo por Alberto João Jardim. À pobreza acrescentar-se-á mais pobreza e este nosso povo, genericamente, sem noção do que o envolve, acaba de lhe entregar a condução dos destinos da Região por mais quatro anos. Há aqui uma dose de ignorância à mistura com um certo masoquismo político, pois elegeram quem não tem capacidade de diálogo e quem já demonstrou que não tem soluções para os problemas que gerou. Precisamos de um novo Abril!
Ilustração: Google Imagens.

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