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domingo, 23 de outubro de 2011

A MEDIOCRIDADE DOS RESULTADOS ESCOLARES (II)


Destes resultados, que evidenciam uma clara persistência nas posições menos agradáveis,  deduz-se que alguma coisa terá de ser feita. Alguma ou muita coisa! Alguma ou muita coisa terá de ser operacionalizada porque esta situação denuncia a falência de um sistema regionalizado e autónomo. Essa coisa de sacudir para a Constituição da República os males da Educação na Madeira nunca colheu nem colhe. Não é a Constituição da República que impede a tipologia das instalações escolares, a organização regional e a interna das escolas, a colocação dos docentes, a organização social e os apoios, as políticas de família, a formação dos docentes, a disciplina na escola e a definição do essencial relativamente ao acessório. Trata-se de um problema da Madeira que os governantes há muito denunciaram não saberem como resolver.


Ponto prévio: como sempre tenho dito e penso ser comummente aceite, os "ranking's" dos resultados dos exames escolares nacionais constituem, apenas, um indicador. Todavia, um indicador importante que não pode nem deve ser ignorado, sobretudo quando hoje temos a oportunidade de os comparar com anos anteriores.
Sendo os protocolos de aferição os mesmos, do Minho ao Corvo, sendo os exames nacionais, portanto iguais para todos, existindo graves bolsas de pobreza em todo o País, isto é, desequilíbrios sociais, obviamente que os "ranking's" nos podem oferecer uma leitura (pelo menos essa) do nosso posicionamento relativamente ao todo nacional. Como indicador os responsáveis políticos devem considerá-los e têm o dever de proceder aos estudos que conduzam aos necessários reajustamentos. Ora, quando constatamos a persistência, durante vários anos, de resultados menos aceitáveis, qualquer pessoa é levada a admitir que a regionalização do sistema não foi aproveitada durante trinta anos. O sistema tem uma "montanha" de serviços e de pessoas que, no fundo, se mostram incapazes de uma actuação no sentido da transformação de um sistema de insucesso num sistema de sucesso. Mas vamos aos factos comparando 2010 com 2011:
Em 2010, no Ensino Básico, a posição das escolas da Região no contexto nacional determinou os seguintes resultados:
001 - 300 - 05 escolas: (3ª/215º/216º/230º/263º)
301 - 600 - 04 escolas: (426º/474º/511º/540º)
601 - 900 - 07 escolas: (746º/775º/811º/819º/824º/873º/878º)
901 - 1292 - 14 escolas: (937º/943º/959º/1045º/
1090º/1117º/1143º/1160º/1167º/
/1185º/1195º/1207º/1211º/1236º
Em 2011, com o mesmo protocolo, foram apurados os seguintes resultados:
No Ensino Básico, a posição das escolas da Região no contexto nacional determinou os seguintes resultados:
001 - 300 - 02 escolas: (37ª/111º)
301 - 600 - 04 escolas: (432º/577º/584º/592º)
601 - 900 - 07 escolas: (672º/697º/746º/796º/805º/828º/876º)
901 - 1283 - 17 escolas: (914º/985º/948º/1027º/1049º/1052º/1086º/
1088º/1101º/1148º/1156º/1182º/1184º/1199º/1202º/1203º/1241º/
Na confrontação dos dois anos conclui-se que:
No primeiro grupo (001-300) de quatro escolas retrocedeu-se para duas; entre 301-600 o posicionamento é francamente pior; no terceiro grupo mantiveram-se sete estabelecimentos de ensino (não significa que sejam os mesmos) com uma ligeira melhoria no posicionamento; no último grupo, o registo apresenta 17 escolas acima do nongentésimo lugar, com catorze acima do milésimo lugar entre 1283 estabelecimentos de ensino básico.
Este "ranking" tem em atenção a posição de cada escola independentemente do número de provas realizadas.
Destes resultados, que evidenciam uma clara persistência nas posições menos agradáveis, deduz-se  que alguma coisa terá de ser feita. Alguma ou muita coisa! Alguma ou muita coisa terá de ser operacionalizada porque esta situação denuncia a falência de um sistema regionalizado e autónomo. Essa coisa de sacudir para a Constituição da República e para a Lei de Bases os males da Educação na Madeira nunca colheu nem colhe. Não é a Constituição da República nem a Lei da Bases que impedem a tipologia das instalações escolares, a organização regional e a interna das escolas, a colocação dos docentes, a organização social e os apoios, as políticas de família, a formação dos docentes, a disciplina na escola e a definição do essencial relativamente ao acessório. Trata-se de um problema da Madeira que os governantes há muito denunciaram não saberem como resolver. Ou, então, não o querem resolver, porque uma população escolarizada mas não educada, uma população com direito ao acesso mas não ao sucesso, interessa em termos de manutenção do poder. As últimas eleições denunciaram exactamente isso. A população adiou, novamente, uma nova era de esperança que só a mudança poderia trazer.  
Um dia destes debruçar-me-ei sobre o Ensino Secundário.
Imagens: Google Imagens.    

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