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sábado, 29 de outubro de 2011

SINTO-ME INDIGNADO


A “A Educação, a Ciência e a Cultura” que deveriam constituir a base do desenvolvimento são esquartejadas. Na cabeça do Dr. Jardim a cultura é coisa para estrangeiros, logo passa para o sector do turismo e afins. A Ciência não tem espaço! Percebo: madeirenses cultos, madeirenses de ciência, madeirenses com educação, ora bem, alto e parem o baile, pois quero-os, da boca para fora, superiores, mas, na verdade, cada vez mais inferiores, com mais enxada e menos livros, mais curvadinhos e subservientes do que livres. Os LIVROS e as pessoas LIVRES andam normalmente de mão dada. O obscurantismo dá jeito na altura de levá-los a votar.

Depois de trinta e seis anos o Sistema Educativo perdeu a dignidade de constituir-se em Secretaria regional autónoma. O PSD, através do Dr. Jardim, colocou-o no lugar que, afinal, sempre quis: nos recursos humanos. O sistema é, assim, remetido para um sector que nada tem a ver com a EDUCAÇÃO, passa a ser considerado coisa menor, no mix das áreas do trabalho, da inspecção, das comunicações, etc. Dir-se-á que o aluno desce ao nível da mercadoria. Ao nível do recurso transaccionável. A “Educação, a Ciência e a Cultura” que deveriam constituir a base do desenvolvimento são esquartejadas. Na cabeça do Dr. Jardim a cultura é coisa para estrangeiros, logo passa para o sector do turismo e afins. A Ciência não tem espaço! Percebo: madeirenses cultos, madeirenses de ciência, madeirenses com educação, ora bem, alto e parem o baile, pois quero-os, da boca para fora, superiores, mas, na verdade, cada vez mais inferiores, com mais enxada e menos livros, mais curvadinhos e subservientes do que livres. Os LIVROS e as pessoas LIVRES andam normalmente de mão dada. O obscurantismo dá jeito na altura de levá-los a votar. É isto que está em causa e não apenas a ignorância de quem rabiscou o organograma. 
Que vergonha, exclamo! Que vergonha ser governado por homem político que não olha a meios para atingir os seus fins políticos. E o que mais me custa, no meio deste desastre, é ver um professor, ainda por cima oriundo do sindicalismo, vergar-se e engolir esta desonesta proposta do Dr. Jardim. Por um lugar de secretário, por um carrinho preto à porta, por uma distinção política e social (será que neste caso será?) Jardim “vendeu” o seu produto e o professor aceitou a transacção, pois ele próprio é um recurso humano. Uma venda a prestações que há muito acontece nesta terra.
Sinto-me indignado enquanto professor e enquanto cidadão que vê o sistema educativo afundar-se cada vez mais, sugado no redemoinho das opções políticas de um homem cuja mentalidade política tem muito de empreiteiro e muito pouco ou nada de construtor de uma sociedade do conhecimento.
Obviamente que voltarei a este assunto. Só agora tive a oportunidade de ler o DN. Este texto é apenas de desabafo. Basta.
Ilustração: Google Imagens

3 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro amigo

Há mais do que trinta anos que a Madeira é (des)governada por uma só cabeça. Nesses termos, que diferença faz que a Secretaria tal, passe a tutelar isto ou aquilo? Que diferença faz que à frente dela esteja fulano ou cicrano?
O que aqui está em causa são as vontades e não os tachos e tachistas. Haja vontade, que tudo se resolve, a despeito dos arranjos orgânicos. E, quanto à pasta da Educação, o que se viu é que foi sempre para inglês ver. E nada vai mudar. Esta pasta, como todas as outras que não interessem directamente para a inaugurocracia vão ficar irremediavelmente para segundo (ou terceiro) plano.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Concordo em absoluto.

JOcavic disse...

Está mais que visto que a Educação e a Saúde é para entregar ao Estado. Que por sua vez vão reter verbas (dos impostos cobrados cá) para o efeito.
O Vice Cunha e Silva já avançou com essas ideias antes. Não sei é se achou que iria largar essa áreas para os Ministérios contando com o mesmo dinheiro transferido. Se achou, acha mal.
Não podiam lá estar secretários fortes. Esses iam espernear. Pois será o fim da autonomia nestas áreas. Ficamos apenas com Direcções Regionais sob tutela dos Ministérios e todas as regras aplicáveis serão as nacionais.
Pois eles não vão pagar para fazermos diferente. Metade dos professores serão dispensados. Alguns deles mas poucos, depois, serão contratados à hora, pelas autarquias. Estatuto Carreira Docente será o nacional.
Adeus.