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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A MORTE DA AUTONOMIA E O REGRESSO À JUNTA GERAL DO DISTRITO


É que o momento exigia, muito mais do que em qualquer outro, uma palavra séria, honesta, caracterizadora do momento terrível para a Região, uma palavra de esperança, uma palavra de projecto para enfrentar as adversidades de 2012. Mais. Uma palavra para os desempregados, para os pobres, para os das margens da nossa sociedade, para os diversos sectores profissionais e para o os empresários aflitos. O presidente do governo da Madeira abandona-os à sua sorte, como se a vida fosse uma roleta russa. Mas, atenção, quem não tem coragem para dirigir-se ao Povo, constitui um desplante muito grande, no dia 31 de Dezembro, de smoking, aparecer em festa brindando ao ano que se segue. Brindar porquê e por quem? Nas costas do Povo que lhe deu o voto? Esquisito!

Não é que fosse determinante, mas faz parte de uma tradição. Confesso que as mensagens de Natal, do Presidente da República ao Primeiro-Ministro, não me entusiasmam, isto é, não me prendem. Porque são repetitivas e acabam por cair numa lengalenga que nada adianta. Mas, politicamente, constitui uma obrigação, mais que não seja para, olhos nos olhos, no momento que atravessamos, falar de esperança a todo o povo. Ora, o presidente do governo regional ao esquivar-se à mensagem de Natal, demonstra uma atitude que tem um óbvio significado político. Demonstra que está de rastos, que não tem nada para dizer ao povo que enganou, que prefere o silêncio porque a sua palavra é hoje uma letra vencida. Não falar, não dirigir-se a um povo que sofre e sofrerá as consequências das suas megalomanias, coloca-o numa situação de absoluta fragilidade política. É que o momento político exigia, muito mais do que em qualquer outro, uma palavra séria, honesta, caracterizadora da situação terrível para a Região, uma palavra de esperança, uma palavra de projecto para enfrentar as adversidades de 2012. Mais. Uma palavra para os desempregados, para os pobres, para os das margens da nossa sociedade, para os diversos sectores profissionais e para o os empresários aflitos. O presidente do governo da Madeira abandona-os à sua sorte, como se a vida fosse uma roleta russa. Como se não tivessem direito a serem esclarecidos sobre o futuro a partir dos grandes constrangimentos que se avizinham.  
Este é o meu primeiro sentimento, de indignação, em função do povo que sofre. Mas, invade-me um segundo sentimento. É que talvez seja bom poupar a população a esses minutos de contorcionismo político.  Nesta época basta os do circo! Certamente que lá viria com a história dos malandros de Lisboa e isso não só não ajudaria como prejudicaria as relações já de si tensas, entre membros do mesmo partido, com repercussões na vida daqueles que cá vivem. Talvez seja bom não aparecer, por um lado, porque não tem nada para dizer, por outro, só iria, como sempre acontece, lançar mais combustível sobre uma relação política em labaredas. Fica, de qualquer forma, marcada a falta de comparência, a manifestação dos desejos, pelo menos de boa saúde para todos, já que, quanto ao resto, todos terão de aguentar os seus disparates dos quais resultaram mais IRS, IVA, IRC, IMI, taxas moderadoras (afinal, a "troika" manda aqui), subsídio de insularidade, redução do número de funcionários públicos, imposto de circulação nas vias rápida e expresso, enfim, uma dupla e gravosa austeridade. Tudo o que foi negado, vem a caminho. E ontem uma infeliz deputada do PSD, na televisão, quando existe uma perda total da autonomia política e administrativa, veio dizer, em suma, que é preciso aguardar pela assinatura do documento de compromisso de saneamento financeiro. Que espantosa mediocridade e que tamanha falta de lucidez. Tarek Aziz não diria melhor. Infelizmente, não sei por quantos anos, o PSD matou a Autonomia e fez os madeirenses regressarem aos tempos da Junta Geral do Distrito.  
Mas, atenção, quem não tem coragem para dirigir-se ao Povo, constitui um desplante muito grande, no dia 31 de Dezembro, de smoking, aparecer em festa brindando ao ano que se segue. Brindar porquê e por quem? Nas costas do Povo que lhe deu o voto? Esquisito!
Ilustração: Google Imagens.

1 comentário:

Anónimo disse...

Senhor Professor,

Da minha parte, vou assistindo com gosto a este desmoronar da soberba humana.
...Quanto ao POVO, ahhhh esse merece sofrer!! Como merece!!!

Votos de um feliz Natal para Si!

Vico D´Aubignac